Entenda o suposto roteiro de Colin Trevorrow para Episódio 9

Enquanto J.J. Abrams é o diretor e co-roteirista de Star Wars: A Ascensão Skywalker, sabemos que ele não foi o primeiro diretor ou escritor do filme. Colin Trevorrow, foi escolhido para assumir o comando em 2015. Ele desenvolveu o roteiro de Star Wars 9 com seu colaborador frequente Derek Connolly nos próximos anos, mas em setembro de 2017, Trevorrow saiu do projeto devido a “diferenças criativas”. Foi quando Abrams retornou e começou a refazer a história.

Mas desde que Trevorrow esteve em Star Wars 9 por tanto tempo, é certo que ele havia desenvolvido pelo menos um rascunho de roteiro, o que significa que em algum lugar havia uma versão alternativa do Episódio 9. E agora aparentemente tudo vazou.

O vazamento do roteiro é do YouTuber Robert Meyer Burnett que postou um vídeo ontem supostamente detalhando as principais tramas da versão de Trevorrow, intitulada Star Wars: Duel of the Fates, Duelo dos Destinos em tradução livre, uma alusão ao popular tema de John Williams. Esse vídeo (tão longo quanto um filme) fez as rondas no reddit, e enquanto os fãs estavam curiosos quanto à veracidade da coisa toda, fontes familiarizadas com o roteiro de Trevorrow confirmam para o Collider que os detalhes da trama revelados no vídeo de Burnett estão alinhados com o que estava naquele rascunho em particular.

No entando Colin Trevorrow, até o momento, não se pronunciou quanto a isso.

Antes de nos aprofundarmos em pontos específicos da trama, é importante ter em mente duas coisas. 1. Esse rascunho está aparentemente datado de dezembro de 2016, portanto, sem dúvida, haveria novas alterações se Trevorrow tivesse permanecido a bordo e 2. Como vimos várias vezes, grandes mudanças podem acontecer em um script assim que as câmeras começam. Portanto, não há garantia de que, se Trevorrow tivesse permanecido em Star Wars 9, isso seria exatamente o que esse filme teria sido, mas nos dá uma idéia do que Trevorrow estava pensando para a direção dessa história em particular.

O texto de abertura segue assim:

O aperto de ferro da PRIMEIRA ORDEM se espalhou para os confins da galáxia. Apenas alguns planetas dispersos permanecem desocupados. Atos traidores são puníveis com a morte.

Determinado a sufocar uma crescente inquietação, o Líder Supremo KYLO REN silenciou toda a comunicação entre os sistemas vizinhos.

Liderada pela GERAL LEIA ORGANA, a Resistência planejou uma missão secreta para impedir sua aniquilação e abrir caminho para a liberdade…

O início do filme começa onde Os Últimos Jedi parou. A Primeira Ordem cortou toda a comunicação entre planetas a fim de suprimir uma rebelião inspirada pelo sacrifício de Luke Skywalker na Batalha de Crait. Portanto, a centelha da rebelião funcionou nesta versão do filme. De fato, a sequência de abertura de Duel of the Fates encontra Finn (John Boyega), Rose (Kelly Marie Tran) e BB-8 roubando um Star Destroyer repleto de armas imperiais. Durante o assalto, Finn vê um Stormtrooper sem o capacete que ele reconhece.

Na versão de Trevorrow, Rose e Finn estão em uma missão em Coruscant para ligar um sinalizador antigo no antigo templo Jedi que chamará a galáxia para a guerra. Eles são presos, Rose é interrogada pelo general Hux (Domhnall Gleeson) e Finn lidera uma revolta junto de Stormtroopers que se rebelaram, em uma batalha terrestre nas ruas de Coruscant.

Kylo Ren ainda morre no final de Duel of the Fates, mas seu arco no filme – assim como o de Rey – é completamente diferente. Por um lado, não há imperador Palpatine. No início do filme, Kylo Ren se foi para Mustafar e está no antigo castelo de Vader. Lá, ele é “assombrado” pelo fantasma de Luke Sykwalker Em sua busca por poder, ele iria enfrentar Darth Vader em Mustafar, provavelmente em uma visão, acreditando que seu avô se tornou fraco por demonstrar amor por seu filho. Ele entra em contato com o Mestre de Palpatine, Tor Valum, através de um antigo dispositivo Sith, enquanto tenta acabar com os Jedi e os Sith de uma vez por todas. Kylo é um vilão completo nesta versão.

Rey (Daisy Ridley), enquanto isso, ainda acredita que Kylo Ren é bom e se uniu a Poe (Oscar Isaac) para pôr um fim aos Jedi e Sith à sua maneira. Há, inclusive, uma cena de beijo entre os dois. Segundo o roteiro, Poe desenvolveu sentimentos por Rey. Em algum momento, Rey decide partir em uma missão sozinha mas Poe insiste em participar. Para poupa-lo, Rey aplica um truque mental em Poe que não funciona devido a determinação do piloto. Sem escolhas, Rey o beija, fazendo com que Poe perca o foco e caia no truque mental.

A cena em que Rey conhece Poe na Falcon ao final de Os Últimos Jedi foi incluida por Rian Johnson a pedido do próprio Colin.

E os pais de Rey? Continuam ninguém (e Rey não é uma Palpatine), mas Kylo Ren os matou a pedido de Snoke. O final do filme mostra Rey e Kylo Ren no planeta místico Mortis, com Rey recebendo uma assistência dos fantasmas de Luke, Obi-Wan (Ewan McGregor, presumivelmente) e Yoda. Os Jedi tentam, sem sucesso, trazer Kylo Ren de volta à luz. Ao final do filme, Kylo Ren é “extinto” (palavras do roteiro).

No final do filme, Finn e Rose lideram um grupo de jovens sensíveis à Força a um planeta remoto, onde Rey está esperando para treinar a próxima geração de Jedi. E sim, o garotinho da vassoura de Os Últimos Jedi é um deles. Ah!

O sobrenome da Rey seria Solana.


Minha opinião: Eu, Marcelo, saí chateado da sessão de episódio 9. Achei que algumas cenas alí foram sensacionais mas mereciam um filme a altura. Sem Palpatine, sem diminuir o papel de Kylo Ren, sem transformar Rey em filha, neta, parente de alguém importante pra justificar seus méritos.

Conforme alertado no começo, o roteiro data de dezembro de 2016. Se Colin continuasse certamente veríamos diversas mudanças, principalmente no fato de que Carrie Fisher viria a falecer dalí alguns meses. Colin comentou sobre isso em junho de 2017, alguns meses antes de sua partida.  Coisas como a presença de Mortis ganharia uma maior elaboração, certamente.

Ela era um grande personagem, não é um segredo. Ela realmente era. E foi extremamente triste para todos nós, principalmente porque ela era muito amada pela família Star Wars e com todos os que trabalharam com ela. Eu sinto que nossas opções são limitadas principalmente por nós mesmos, na medida em que há apenas certas coisas que estamos dispostos a fazer. Mas eu posso garantir que ele será tratado com amor e respeito, e toda a alma que Carrie Fisher merece.

O roteiro certamente passaria por uma polida. Havia tempo para isso. JJ Abrams assumiu o filme muito tarde e a Lucasfilm não quis adiar a estreia. O papo de que Palpatine era o “mal definitivo que estava lá desde o começo” segundo JJ Abrams na Celebration não cola mais (se já colou algum dia).

Do que li, enxergo um potencial bem grande e uma coesão maior (o tanto possível) com a história da trilogia se compararmos com episódio 9. Simplificando: a impressão de que a trilogia foi feita sem planejamento seria menor. Não inexistente, mas menor. Os filmes se conectariam mais.

E você? O que acha deste tratamento de roteiro?

 

 

 

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