Não são poucas as produções com temática espacial e poderíamos ficar horas aqui listando exemplos. Contudo, é inegável que duas das mais famosas com certeza são “Star Wars” e “Alien”, que entraram no imaginário da cultura pop nos últimos 40 anos. Compartilhando similaridades, mas também sendo muito diferentes uma da outra, é possível dizer que o filme de George Lucas é uma espécie de “irmão mais velho” ou até mesmo “pai” do longa dirigido por Ridley Scott, e para entender isso, precisamos voltar um pouco no tempo.
O ano era 1977. Vindo de projetos televisivos e estreante na cadeira de diretor de cinema, Ridley Scott havia acabado de lançar “Os Duelistas”, seu primeiro filme, quando “Star Wars” chegou às telonas. O cineasta já havia planos para seu segundo longa, no qual iria adaptar o romance medieval “Tristão e Isolda”, mas mudou de ideia quando viu o filme de George Lucas. Seu objetivo então se tornou produzir uma história espacial.
Em uma entrevista concedida ao Deadline durante o lançamento de “Perdido em Marte” (2015), o diretor contou sobre o momento em que a decisão foi tomada, enquanto participava de uma sessão de “Star Wars”:
“Nunca vi ou senti uma participação do público assim, na minha vida. O cinema estava tremendo. Quando a Estrela da Morte apareceu, eu pensei: Não posso fazer Tristão e Isolda, tenho que encontrar outra coisa”.
Por coincidência do destino ou não, foi nesse momento que o roteiro de “Alien, o Oitavo Passageiro” chegou às mãos de Ridley Scott, que decidiu que esse seria seu próximo filme.
E as ligações não param por aí: tal roteiro foi escrito por um colaborador de George Lucas, que trabalhou com o cineasta na produção de “Star Wars”: Dan O’Bannon. Ambos os projetos também compartilham de outros talentos, como Roger Christian, que trabalhou na área de Design de Produção dos filmes, vencendo o Oscar desta categoria por “Guerra nas Estrelas” e sendo indicado por “Alien”.
Mas muito além de como o amigo de Lucas foi responsável por criar o roteiro e em como o renomado diretor entrou no projeto, devemos lembrar que “Alien, o Oitavo Passageiro” não teria sido aprovado se não fosse pelo sucesso estrondoso de “Star Wars”, que era considerado um risco pela 20th Century Fox na época. Não é à toa que existe a famosa história de como George Lucas viajou durante o lançamento do filme para ficar longe de prováveis notícias de fracasso. Bom para ele, para o estúdio – e para nós, os fãs – que o filme se tornou um grande sucesso de público. Esse acontecimento acendeu um alerta na cabeça da Fox, que criou coragem não só para continuar a franquia, mas também para produzir outras histórias espaciais.
Em depoimento ao documentário “The Beast Within: The Making Of Alien”, lançado em 2003, o roteirista Dan O’Bannon revelou:
“Eles [os executivos da Fox] queriam dar continuidade a Star Wars, e queriam fazer isso rápido, e o único roteiro de nave espacial que tinham na mesa era o de Alien”.
E foi assim que dois anos depois do lançamento de “Star Wars”, em 1979, chegava aos cinemas “Alien, o Oitavo Passageiro”, considerado por muitos uma obra-prima do terror e da ficção científica e que rendeu muitas continuações através dos anos, com uma delas prestes a chegar às telonas.
Com Isabela Merced (“Madame Teia”) e Cailee Spaeny (“Guerra Civil”) no elenco, junto com a direção de Fede Alvarez (“A Morte do Demônio”), o próximo filme da franquia, intitulado de “Alien: Romulus”, chega aos cinemas na próxima quinta-feira, dia 15 de Agosto. Confira o trailer a seguir:
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