Iniciando uma Rebelião #2 – s01e01 – Droids in Distress

Seguimos com o primeiro episódio da primeira temporada de Star Wars Rebels, de acordo com o site oficial. Aqui o site oficial ferrou todo mundo que baixa por torrent e eu também. Explico: até eu começar esse texto, o site oficial listava o filme “Spark of Rebellion” como s01e01 e esse como s01e02. Agora esse é s01e01 – embora na realidade seja o terceiro, visto que Spark of Rebelion foi duplo. Se você quiser voltar no artigo anterior para ver os 4 curtas animados que precedem

Lembrando sempre que este review assume que você já viu o episódio ou que não se importa de ler spoilers.

Clique aqui para os episódios anteriores.

 Curiosidades:

  1. Na nave que leva nossos rebeldes de Lothal no início, atrás de Sabine está uma personagem que foi feita de acordo com o visual do General Jedi criado por Ralph McQuarrie durante o desenvolvimento de Star Wars.
  2. Paul Reubens (conhecido também como Pee Wee Herman) dá a voz para o piloto RX-24, que foi feito exatamente como o piloto do Star Tours original (clique aqui para ver o filme), que tinha o mesmo nome e era chamado de Rex. Na parte de trás da nave há um dróide de protocolo de Lothal, baseado também no conceito original de Ralph McQuarrie para C-3PO. Por isso, ele divide uma cena com C-3PO, R2-D2 e Chopper.
  3. Em termos galácticos, o planeta Garel é “vizinho” de Lothal. Eles são separados por apenas alguns minutos de viagem pelo hiperespaço. A rota de “ônibus” estelar entre os dois é muito usada por cidadãos dos dois planetas.
  4. Apesar de ser estranho pensar nisso, R2-D2 e C-3PO estão mesmo a serviço do Senado Imperial – através do Senador Bail Organa.
  5. O fato de o Império precisar adquirir escondido os desregulador de íons (T-7 Ion Disruptors) é indicativo do período. No Episódio IV, há a preocupação que o Senado não saiba que o Império capturou Leia,
  6. A cena final de Bail Organa inserindo um cartão de dados em R2-D2 foi espelhada na cena da Princesa Leia inserindo um cartão em R2-D2 no Episódio IV.

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Opinião do M’Y: Droids in Distress joga pesado na nostalgia, até mais do que que o episódio inicial. Se anteriormente havia a necessidade de apresentar as novas personagens (sim, personagem é uma palavra feminina na língua portuguesa), aqui os autores do episódio já não estão mais com essa preocupação.

Nos pegamos no que parece um certo tempo após o episódio anterior, no final de uma missão mal sucedida: os rebeldes estão sem comida, sem munição, sem dinheiro e Hera diz que neste ritmo precisarão vender a Ghost. A opção que eles tem, de acordo com Kanan, é fazer um trabalho de roubar armas imperiais e entrega-las para Vizago, o mesmo gangster do episódio anterior.

Vizago é meio que o Jabba local, provavelmente peixe pequeno demais para o Império se importar. Deverá ser personagem recorrente, ao menos na primeira temporada que está programada para se passar toda em Lothal. Eu só espero que ele não fique fazendo os rebeldes de idiotas todo episódio, como fez no primeiro e neste.

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Os rebeldes pegam então um ônibus espacial para Garel, que é praticamente a cara do Star Tours original, um passeio clássico de Star Wars nos parques da Disney que se iniciou em 1987 e foi substituído pelo Star Tours II entre 2010 e 2013 pelos parques da Disney no mundo. Até a trilha sonora é parecida, o que me deixou bastante animado.Entram a Ministra Maketh Tua de Lothal e Amda Wabo. Amda não fala básico e é aí que entram R2-D2 e C-3PO. Gosto de ler vários reviews antes de fazer o meu, já que outras pessoas sempre notam coisas que eu não notei. E alguém notou uma coisa: se é uma missão imperial para  conseguir armas, declaradas legalmente como protótipos (embora na verdade sejam armas banidas pelo Senado), por qual motivo a Ministra pegaria um ônibus espacial popular? E eu adiciono: o Império não tem andróides de protocolo próprios em Lothal, é necessário pegar emprestado do Senador Organa? E ainda que fosse necessário emprestar, precisa ser de um Senador quando se quer esconder do Senado que são armas ilegais?

Ignorando isso, temos uma sequência de fatos bem interessantes e bem planejados pelos rebeldes, baseados em uma própria regulamentação imperial para atrapalhar os planos do Império – e deixar C-3PO em desespero com a possibilidade de Sabine errar a tradução, coisa que logicamente aconteceu. Ezra ainda deixou C-3PO ofendido ao chamá-lo de astromech, enquanto R2-D2 tentava falar de sua missão secreta. Devo observar que as visões das cidades de longe se parecem demais com pinturas e artes conceituais, o que deixa todo o episódio com um visual muito bonito, embora menos realista que o de The Clone Wars.

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Vemos Ezra e Kanan discutindo pelo treinamento Jedi, que Kanan não se sente preparado para dar (veremos isso no terceiro ou quarto episódio da temporada, se os rumores estiverem corretos), porém, é perceptível que Ezra aprendeu a usar a Força intuitivamente enquanto ele vai para a base 7. Confesso que fiquei imaginando Luke com a mesma idade em Tatooine fazendo coisas do tipo.

A descoberta de que são T-7 Ion Disruptors deixa Zeb pasmo e assustado, o que só acabamos descobrindo o motivo depois: praticamente todo o seu povo, os lasat, foi dizimado com essa arma. Obviamente não demora para que a Ministra descubra que foi para a base errada e obrigando Chopper a se revelar – e confesso que se eu fosse um imperial, teria dado um tiro nele. A coisa a caba evoluindo de maneira bem interessante quando R2-D2 resolve seguir Chopper e C-3PO demora para perceber que eram justamente os “ladrões” de armas.

Como Kanan é claramente o líder da organização, Zeb tenta convencê-lo a não entregar essas armas para Vizago e tirá-las de circulação. De maneira até pouco sensível, Kanan e Sabine reiteram que ao menos tiraram de mãos imperiais e que Sabine descobriu que o Império faria produção em massa deles. Alguém notou Hera chamando Kanan de “amor”? Duvido que a série vá desenvolver isso agora, mas certamente é algo interessante.

O problema é que Zeb é um ser facilmente identificado, pois sua raça está praticamente extinta. E o segundo problema é que C-3PO realmente acredita que está servindo o Império, enquanto R2-D2 tenta convencer Kanan a vendê-los para seu verdadeiro mestre. Como falei lá em cima, Vizago de novo faz os nossos rebeldes de idiotas e eu espero que isso não aconteça todas as vezes.

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Quando a batalha começa, tudo o que consegui pensar foi o quão rápido Anakin, Obi-Wan e Ahsoka teriam se livrado dos walkers. É claro que Kanan até conseguiria, mas ele tem que pensar que é seu último recurso. Desta vez o foco vira para Zeb, que perde completamente o controle sobre a razão a hora que vê o Agente Kallus com um bo-rifle, arma que deveria ser usada apenas pela Guarda de Honra de Lasan (planeta natal dos lasat) e da qual Zeb fazia parte. Cria-se também uma relação de rivalidade e ódio que deve ser explorada no resto da série ao descobrirmos que foi Kallus que deu a ordem para usar os T-7 contra os lasat. Como todas as crianças que assistem a série estão conhecendo a Força agora, Ezra também está. E fica extremamente assutado quando consegue salvar Zeb sem saber o que fez.

A cena final é de arrepiar: a Ghost junto com a Tantive IV, Kanan com Bail Organa e um ditado Jedi. “Um simples gesto de bondade pode encher a galáxia de esperança.” Kanan reconhece, mas não tem tempo de perguntar mais detalhes e vai embora. Vemos Bail pedindo para R2-D2 o que ele tem para falar destes rebeldes.

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Conclusão: Não sei se era necessária toda essa dose de nostalgia logo no começo. E também achei cedo demais para que um pequeno grupo de rebeldes tenha chamado a atenção de pessoas importantes como Organa tendo conseguido apenas uma vitória realmente significativa. Preferia que fosse alguns episódios mais para frente. Porém, ignorando tudo isso, o episódio foi muito bom. Diria que manteve o nível do anterior, tanto em ação, quanto animação e em trilha sonora.

Toda a nostalgia acabou trazendo maior empatia para um espectador que já segue Star Wars faz anos. E me ajudou também a ficar curioso: qual o papel deste grupo de rebeldes na fundação da Aliança Rebelde? Estaria Organa fazendo isso também com outros grupos pela galáxia, estudando seus métodos e suas origens para averiguar se é possível juntá-los?

Penso que a série segue bem. Já me importo mais com Kanan e Ezra do que consegui me importar com Anakin e Ahsoka na série The Clone Wars toda. Ahsoka demorei três anos para me importar, Anakin nunca consegui. Então já é um bom sinal.

Nota: 7.5 de 0 a 10

 STAR WARS.COM REBELS RECON #2

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