“Uma última aventura para Luke, Leia e Han” anuncia a contra-capa do livro sem falar de uma arte espetacular mostrando nosso trio de heróis. Confesso que fiquei extremamente empolgado com as possibilidades que esta história poderia trazer, mas a experiência de desfrutá-la foi, infelizmente, frustrante.
Star Wars: Provação se passa quase quarenta anos após O Retorno de Jedi. Lando recorre a Han e Leia, a fim de enfrentar um estranho conflito com piratas espaciais em sua nova refinaria na Orla Exterior. Mas as ameaças se mostram muito maiores que um simples assédio de assaltantes. Dois grandes vilões movidos por vingança e ambição e talvez ainda mais perigosos que o próprio Império, farão o ex-contrabandista e a sua esposa, agora Cavaleira Jedi, se unirem novamente a Luke para resolver o conflito.
Provação é ramificação de uma série de livros da Saga publicadas no exterior chamada Fate of the Jedi e amarra alguns laços que ficaram para trás na conclusão desta série de nove volumes. Com isso é de se esperar que muitas informações apresentadas neste livro podem soar confusas para o público nacional que não está familiarizado com o vasto número de histórias do Universo Expandido e as tramas de Fate of the Jedi, como o destino de Vestara Khai (se este nome te causou estranheza, é exatamente isso que estou falando). Fica meu questionamento à Editora Aleph de publicar este livro logo no início de seu projeto de publicação de livros de Star Wars no Brasil. Afinal, acabamos de ler Herdeiro do Império, primeira parte de uma trilogia que também se passa após o Episódio VI e em Provação acabamos tomando spoilers do destino de muitos personagens que foram introduzidos no livro de Timothy Zahn, como Mara Jade, e os filhos de Leia.
O livro consta com algumas coisas que na minha opinião são estranhas demais e destoam MUITO do Universo da Saga, como uma dupla de aliens malvados cabeçudos e de corpo tão pequeno que precisam de aparatos robóticos para se sustentar. Não consegui levar a sério e confesso que quando lia, imaginava eles completamente diferentes para não cair no ridículo (e para não acabar pensando em uma dupla de ratinhos brancos cujo propósito toda noite é tentar conquistar o mundo). “Dois grandes vilões movidos por vingança e ambição e talvez ainda mais perigosos que o próprio Império”? Ora, por favor… e isso é apenas a ponta do iceberg.
Este é um Columi. Um exemplo de vilão de Provação (e das estranhezas deste livro)
O livro tem ação ininterrupta e nossos heróis sempre estão em perigo. Da até a impressão de que o autor realmente queria matar Han, Luke, e Leia, mas não tinha permissão para tanto. Eles sofrem ferimentos tantas vezes na história apenas para serem curados pela conveniência de um tanque bacta ou da Força. Temer o destino dos personagens é legal, mas o exagero é muito grande.
Para não dizer que o livro é de todo ruim, a química de Han, Luke e Leia se mantém ao nível dos filmes. Foi muito legal ver Luke e Leia juntos trabalhando como Jedi e Han Solo precisando se virar por não possuir habilidades com a Força. E assim como apontei na minha resenha do livro Kenobi, a Editora Aleph repete seus méritos aqui por mais uma publicação competente em termos artísticos. A capa e a diagramação estão sensacionais! Infelizmente neste, um ou outro errinho de tradução apareceu, como Luke sendo chamado de Lucas e no mesmo capítulo o tradutor se mostra indeciso quanto ao sexo de um dos personagens tratando-o muitas vezes por O Jedi ou A Jedi.
O resultado final é a sensação de um potencial desperdiçado. No nosso Datacron Podcast mais recente comentamos que o Legends tem muita história boa, mas também tem muita coisa ruim. Este livro, infelizmente, se enquadra na última categoria. Com uma história confusa, desinteressante e com um fator estranheza muito alto, no fim das contas a verdadeira provação do título é chegar até o final da história satisfeito.
1 comentário
gostaria d saber se a trilogia d livros do timothy sao boas, ou nao? Obrigado