Trilogia completa já está disponível para compra através da Universo Geek e Amazon

Banner de “Ascensão do Caos” (Imagem: Reprodução/Universo Geek)
A franquia Star Wars sempre foi casa de grandes vilões. Darth Vader, Palpatine, Maul, Jabba, Cad Bane… a lista é longa. A maioria, no entanto, nascida no audiovisual, aparece pela primeira vez apenas para exercer o papel de “cara mau” e entregar um visual maneiro. É só depois de muito tempo que ganham a chance de terem suas histórias expandidas.
Indo na contramão, vindo diretamente das obras literárias do antigo Legends, surge o Grão Almirante Thrawn. O Herdeiro do Império. Um vilão icônico que sempre esteve entre os favoritos dos fãs conhecedores do Universo Expandido. Adaptado e readaptado, ele chegou ao novo cânone em Star Wars: Rebels. Assim, para se adequar à continuidade atual, era necessário uma releitura do personagem.
Por isso, quase 30 anos depois, o autor Timothy Zahn retorna para explorar novamente a origem e as motivações do frio e calculista Chiss em duas trilogias diferentes. A mais recente delas, intitulada Thrawn Ascendancy (já à venda pela Universo Geek; garanta já clicando aqui), começa com o livro Ascensão do Caos e nos dá a oportunidade de mergulhar no passado do vilão (que talvez nem seja tão maligno assim).
Qual é a história de Ascensão do Caos?
No primeiro livro da trilogia Thrawn Ascendancy, o autor nos leva para muito tempo atrás, além de uma galáxia muito, muito distante. Em um ponto longínquo das Regiões Desconhecidas. Longe da República. Dos Separatistas. Das Guerras Clônicas. Dos Skywalkers.
Aqui, nos encontramos em meio à Ascendência Chiss e acompanhamos o então Capitão Sênior Mitth’raw’nuruodo (boa sorte para ler e pronunciar) investigando um ataque misterioso ao planeta Csilla, a capital do governo de seu povo. Enquanto Thrawn e seus aliados buscam por respostas em um mistério envolvente, repleto de jogos políticos e estratagemas, eles descobrem a existência de uma ameaça externa muito maior.
O que achamos de Ascensão do Caos?
Em um primeiro momento, é por estar longe da parte da Galáxia que tanto conhecemos que Timothy Zahn ganha liberdade para criar a seu bel prazer. Tudo é completamente novo: naves, equipamentos e até mesmo lugares ganham formas e funcionamentos diferentes. É um ambiente inédito que dá margem para muita imaginação e explora conceitos que, apesar de familiares, entregam um frescor instigante.
Sob esse mesmo ponto de vista, o autor nos dá a oportunidade de explorar uma cultura completa: a dos Chiss, a raça de Thrawn. Seus costumes, hierarquia política e funcionamento de Casas – quase um Game of Thrones da franquia Star Wars – são muito bem estabelecidos e de fato possuem uma riqueza de detalhes profunda (embora seja um pouco difícil de acompanhar certas nomenclaturas de começo).
E, enfim, chegamos à figura de Thrawn. É fácil descrever a personalidade de um personagem e dizer que ele é inteligente e um grande estrategista. Contudo, na hora de escrevê-lo, o texto precisa estar à altura para que realmente seja possível acreditar nisso.
Timothy Zahn entrega esse texto e Thrawn veste os adjetivos com muita pompa.

Grão Almirante Thrawn (Imagem: Reprodução/Star Wars)
Isso é fruto não apenas de como o autor conhece o personagem e amadureceu sua escrita nesse período de quase 30 anos, mas também de como ele se beneficia de toda a construção da cultura Chiss e dos outros planetas do Caos. Por tê-los criado, Zahn entende cada um e consegue transmitir com clareza o pensamento estratégico de Thrawn com base na arte e nos costumes de cada povo, entregando com primor sua característica mais marcante.
Isso, no entanto, também é uma faca de dois gumes. Afinal, o que poderia ser um desafio para um personagem tão lógico? Claro que, de forma simplista, a primeira ameaça vem de um inimigo ainda mais astuto. Depois, do jogo político entre as Nove Famílias da Ascendência, com membros dispostos a fazer de tudo para prejudicar o protagonista.
Contudo, Thrawn também apresenta um lado “humano”, não representado por ele, mas pelos personagens ao seu redor: seja pela pequena sky-walker Che’ri ou até mesmo pela Almirante Ar’alani. Ao lado dela, é possível enxergar não necessariamente um romance, mas um respeito mútuo e camaradagem; e isso se prova um desafio maior do que qualquer outro.

Grão Almirante Thrawn em “Ahsoka” (Imagem: Reprodução/Lucasfilm)
Por fim, Ascensão do Caos nos mostra a verdadeira natureza de Thrawn, pelo menos em sua origem. Lógico, mas não maligno. Ainda que, no audiovisual, o Chiss seja retratado “apenas” como um Imperial frio e calculista (o que não é necessariamente ruim, apenas diferente e muito bem aproveitado lá), aqui vemos um outro lado: um personagem complexo que está disposto a quebrar regras e utilizar da sua criatividade para salvar seu povo de uma grande ameaça.
Quando, como e se ele chegará a essa versão que conhecemos nas séries, ainda não é possível dizer; afinal, esse é apenas o (ótimo) primeiro capítulo de uma longa história.
Excelente
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