CURIOSIDADES | Leia os momentos finais de Biggs Darklighter

“From A Certain Point of View” é uma coleção de 40 histórias por diferentes autores para comemorar os 40 anos de Star Wars e conta a história do filme por diferentes pontos de vista. Confira aqui nossa analise bem como um resumo de cada conto. Dentre os mais emocionantes há aquele intitulado DESERT SUN, onde vemos a batalha de Yavin sob a ótica de Biggs Darklighter, grande amigo de Luke. Traduzimos aqui o final, onde mostra o ataque à trincheira feito por Luke, Wedge e Biggs. Confira:

Estamos sozinhos. Nosso esquadrão se foi. De trinta naves, apenas três de nós restaram e a Estrela da Morte se aproxima de Yavin, meros segundos restam para que ela dispare na lua e destrua a Rebelião da mesma forma que Alderaan. Somos a última esperança.

“Biggs, Wedge, vamos fechar o cerco”, Luke diz com uma autoridade na voz que nunca havia ouvido. Antes de hoje, éramos amigos, garotos iguais, embora o mundo sempre me colocou acima dele. Eu era mais velho, mais rico, melhor com as garotas na Estação Tosche. Quando o vi no hangar achei que ia ensinar algo a ele. Mas ele não precisa mais disso. Ele é diferente hoje do que o garoto que conheci em Tatooine. É um homem agora, e algo, alguma calma estranha preenche sua voz e acalma meus nervos. “Nós vamos entrar com tudo, isso deve manter os caças longe.”

“Estou com você, chefe” diz Wedge.

“Luke, nessa velocidade será que sairemos a tempo?”

Posso vê-lo sorrindo, praticamente. “Será como em Beggar’s Canyon lá em casa”

Sorrindo de orelha a orelha, eu o sigo em um mergulho para a trincheira, minha nave vibrando enquanto os motores são forçados ao limite. Luke está na liderança agora e isso é bom. Ele sempre teve a melhor mira.

“Ficaremos para trás o suficiente para te cobrir.” Eu digo, lembrando o quão fácil o Esquadrão Dourado foram destruidos. Tenho que dar mais tempo ao Luke do que os outros. Ele tem que ter uma chance para atirar. E tem que ser um tremendo de um tiro!

“Meu monitor vê a torre mas não o orifício de exaustão. Será que o computador pode acerta-lo?” Wedge pergunta.

Lasers passam por nós pela trincheira

“Cuidado. Aumentem a velocidade” Luke responde.

“Mas e quanto a torre?” Wedge pressiona, nervoso.

“Você se preocupa com os caças, eu cuido da torre” Luke responde.

Nós percorremos a trincheira como se ratos womp tivessem a cauda pegando fogo. Lasers passam queimando por nós, lanças verdes iluminando nossa cabine enquanto voamos feito loucos pela trincheira apertada. É um milagre não colidirmos uns com os outros ou com as paredes. Arrisquei uma olhada pela cabine procurando os TIEs e quase colidi com a parede. Consegui corrigir. Wedge os viu primeiro.

“Caças chegando em .03” ele diz. Eles estão direto em nossos motores quebrando nosso ritmo alucinante. Os lasers percorrem nossas asas antes de se chocarem com os motores de Wedge. Sua X-Wing chacoalha para o lado, quase colidindo com a minha. Eu seguro o manche com força e quase tirei tinta das paredes destruindo minhas asas. Ele pode destruir nós dois com seu estabilizador interno defeituoso.

“Fui atingido! Não posso ficar com vocês” ele diz.

“Saia daí Wedge, não há nada que você possa fazer!” Luke responde.

“Desculpe!” Wedge arremete e sou deixado sozinho. Meus sensores estão confusos devido interferência da trincheira. Eles estão acelerando, não apenas igualando minha velocidade mas tentando ultrapassar.

“Rápido, Luke” eu o apresso. “Eles estão vindo mais rápido desta vez, não consigo segurar.” Eu poderia sair, como Wedge e eles não iriam atrás de mim. Eu poderia transferir a energia do reator para meus escudos traseiros e me manter vivo. Mas sem energia nos motores, eu ficaria para trás. Eles me ultrapassariam e matariam Luke. O que eu faço?

Sinto uma súbito, inexplicável alegria chegar até mim. Um poderoso sentimento de propósito, de paz, pedindo-me que faça a escolha. Aquela que eu sempre faria: salvar meu amigo.

Eu tiro toda a energia dos meus escudos e coloco nos motores. Minha nave dispara, um escudo para Luke. Mas há muito poder naquele TIE Advanced atrás de mim do que minha X-Wing. Ele acelera contra mim. Ao olhar pra trás escuto o aviso de um alvo travando.

A calma vai embora.

“Espere…” escuto-me dizendo. Para quem, não sei. Algum homem que não pode me ouvir. Não deveria terminar assim. Não posso deixar Luke. Temos muito o que fazer. Primeiro a Estrela da Morte, pensei quando o encontrei. Então libertamos nosso lar, Coruscant, todos os planetas na galáxia. Juntos, seríamos imparáveis. Mas uma sensação fria de medo entra em mim agora, logo que vejo os lasers verdes pulsando pelo espaço e colidindo com meus motores. 

Eles atravessaram o casco da nave. Começa um fogo nos meus controles. Então outra salva destrói minha nave.

Mas, além do terror, além da luz flamejante do meu casco desintegrando, além do alcance escuro do Império e do infinito preto do espaço onde as estrelas queimam pequenas promessas de esperança, sinto o vento de Tatooine varrendo o deserto e ouço o chamado de minha mãe para o jantar, e eu sei, sem sombra de dúvida, que Luke não vai errar. O medo desapareceu, e então só existe paz.

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