“Discípulo Sombrio” expõe o lado sombrio dos Jedi | Resenha

Livro já está disponível para compra através da Universo Geek e Amazon

Banner de “Discípulo Sombrio” (Imagem: Reprodução/Star Wars)

Discípulo Sombrio finalmente está entre nós. Escrito por Christie Golden e baseado em roteiros descartados da série animada “Star Wars: The Clone Wars”, a trama nos apresenta os Jedi cada vez mais acuados com as cruéis vitórias de Dookan. Numa medida desesperada, o Conselho convoca o Mestre Jedi Quinlan Vos e a ex-assassina Sith Asajj Ventress para uma missão que parece impossível: eliminar o Conde de uma vez por todas. Inédito no Brasil, o livro já está disponível para compra e você pode descobrir como garantir o seu clicando aqui.

  • O que achamos de “Discípulo Sombrio”? 

Num primeiro instante, é curioso ver como “Discípulo Sombrio” está alinhado ao cânone atual, mesmo sendo um livro de quase 10 anos. Recentemente, tivemos a oportunidade de ver o início da queda da Ordem Jedi em “The Acolyte”, enquanto aqui vemos essa corrupção em seu auge, com aqueles que deveriam ser os guardiões da paz e da justiça na galáxia atuando como juiz, júri e carrasco.

Essa temática na realidade não é novidade aos fãs de “The Clone Wars”. Além de terem expulsado a jovem Ahsoka Tano – entre muitos outros erros – essa mesma Ordem agora conspira para assassinar Conde Dookan, um ato que joga tudo que os Jedi deveriam representar no compactador de lixo mais profundo da galáxia.

The Wrong Jedi" Episode Guide | The Clone Wars | StarWars.com

Ahsoka é julgada pela Ordem Jedi (Imagem: Reprodução/Lucasfilm)

Esse ponto também é beneficiado pelo formato da história. Apesar de ter sido baseado em episódios cancelados, a trama de “Discípulo Sombrio” se mostra perfeita para um livro.

Aqui, existe uma liberdade maior para tocar em assuntos mais complexos e adotar um caráter “mais adulto” ao mostrar a verdadeira crueza da guerra, que talvez não pudesse ser tão aprofundada numa série animada, que embora não seja infantil, ainda possui seus limites. É claro que “The Clone Wars” consegue retratar esse assunto de maneira muito delicada, mas “Discípulo Sombrio” vai além.

Também conseguimos passar mais tempo com as personagens e saber o que cada um deles sente em seu íntimo. Ventress e especialmente Vos ganham mais camadas para brilhar, abandonando os papéis de coadjuvantes e assumindo como protagonistas. Não é só o preto no branco, o bem e o mal, e existe espaço para – literalmente – transitar entre esses absolutos.

Star Wars: Dark Disciple - Sympathy for the Ventress

Banner de “Discípulo Sombrio” (Imagem: Reprodução/Star Wars)

No entanto, a verdade é que “Discípulo Sombrio” não conquista logo de cara. Embora seus capítulos sejam curtíssimos – média de 10 páginas cada, tornando a leitura mais fácil – a primeira metade não flui tão bem no quesito história.

Nos deparamos aqui com formulinhas básicas do clássico enemy to lovers entre Quinlan Vos e Asajj Ventress, trazendo aqueles pequenos clichês que funcionam, nos ajudam a embarcar no relacionamento entre ambos, mas dão a constante sensação de “já vi isso milhares de vezes antes”.

Contudo, quando o plano para eliminar Dookan finalmente entra em prática próximo a metade do livro, o crescente amor entre Ventress e Vos é colocado a prova pelo Lado Sombrio e testemunhamos um escalonamento de eventos fantástico, prendendo a atenção e nos instigando a ler sem interrupções.

Claro, os acontecimentos ainda são um pouco atropelados para serem encaixados de uma só vez em menos de 200 páginas, mas encontramos aqui uma aventura digna de ser colocada ao lado dos melhores arcos de “The Clone Wars”.

Crítica | Star Wars: Dark Disciple, de Christie Golden - Plano Crítico

Capa de “Discípulo Sombrio” (Imagem: Reprodução/Star Wars)

No fim, aquilo que quase se tornou um romance clichê nos envolve de maneira temerosa, brutal e calorosa, se provando um dos mais significantes e profundos relacionamentos de “Star Wars”.

O amor e a paixão podem sim ser um caminho para o Lado Sombrio. Mas, como também vimos em “O Retorno de Jedi”, onde foi o amor e a fé de Luke que redimiram Vader no fim de tudo, “Discípulo Sombrio” nos traz mais uma prova que esse sentimento cura muito mais do que destrói.

 Muito bom 

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