GL não gostou do Episódio VII! E daí?

Esse texto é mais uma opinião do que uma notícia. Fique livre para discordar. Se você mora em Tatooine e não viu o Episódio VII, passe longe.

Se você olhar no Jovem Nerd, na Variety ou no Collider, verá que George Lucas não está feliz com o Episódio VII, apesar de todos os recordes, ovacionado pela crítica (94% no Rotten Tomatoes) e pelo público (91% no mesmo Rotten Tomatoes e nota 8.6 no IMDb – ANH tem 8.7 e TESB 8.8). A entrevista toda tem 54 minutos e é, em geral, bastante interessante. Porém, George bate na Disney, no filme novo e, indiretamente, em seus criadores. As palavras de George Lucas são:

Eles [Disney] queriam fazer um filme retrô. Eu não gosto disso. Todo filme, eu trabalhei duro para torná-los diferentes. Eu os fiz completamente diferentes – planetas diferentes, espaçonaves diferentes, para torna-los novos.”

George, que aqui trata os filmes como suas “crianças”, também diz:

Eles não estavam a fim de me ter envolvido, mas se eu tivesse ido lá, eu só causaria problemas porque eles não vão fazer o que eu quero que eles façam. E eu não tenho controle sob essas coisas mais, e tudo que eu faria seria complicar tudo. E então eu disse ‘ok, eu vou o meu caminho, e deixo eles seguirem o deles’.”

E em um ponto chega a chamar a Disney de “escravizares brancos”:

Eu vendi eles [os filmes] para os escravizadores brancos que pegam essas coisas e…

George não terminou a sentença. O Making Star Wars indicou a entrevista, mas desviou das críticas de GL. Star Wars News Net, TheForce.Net, Star Wars Underworld e Jedi News UK escolheram ignorar. Em 31 de dezembro de 2015 ele pediu desculpas pela frase e disse que está orgulhoso dos recordes do filme e de J.J. Abrams e Kathleen Kennedy em um daqueles pronunciamentos digno de político.

Em uma conversa informal, um dos membros do time do Jedicenter mandou essa: “Esse [insira palavrão] tinha que ir aproveitar os zilhões que ganhou e parar de encher o saco.” Isso me inspirou a escrever uma resposta para GL – mesmo sabendo que ele não irá ler.

A Editora Aleph acabou de lançar Como Star Wars Conquistou o Universo, de Chris Taylor, que escreve normalmente para o Mashable (o livro está mais barato na Amazon BR). Você verá no vindouro review da obra que Chris tenta ser um biógrafo para Star Wars. Ele tem resultados incríveis para a trilogia clássica – essa parte é leitura obrigatória para qualquer fã – mas falha miseravelmente quando se trata das prequels e das animações. Taylor é um hater das prequels e não consegue esconder isso (o capítulo Como eu parei de me preocupar e aprendi a amar os prólogos só não é tão nojento como algumas discussões de Facebook) e não deve ter assistido nem The Clone Wars nem Rebels. Porém, o trabalho jornalístico é maravilhoso e se beneficia de o livro ter sido feito fora da Lucasfilm. Me utilizarei de algumas informações dele.

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“Eles [Disney] queriam fazer um filme retrô. Eu não gosto disso.”

Só que, na verdade, GL gosta muito de um filme retrô. Nas décadas de 1930 e 1940, além dos filmes, eram muito comuns seriados de 12 a 13 episódios que duravam de 18 a 22 minutos cada passassem no cinema – veja bem de onde veio o formato que é muito utilizado até hoje na TV. Minha avó materna de 91 anos vive citando um seriado do Tarzan. O pequeno George W. Lucas Jr. viu vários deles na recém nascida televisão na década de 1950. Como uma mídia nova, a tendência da TV para ocupar espaço foi comprar séries que o cinema já havia produzido. Haviam 3 bastante famosas que eram óperas espaciais: Commando CodyBuck Rogers e Flash Gordon.

Tirando o Comandante Cody, que acompanha Obi-Wan Kenobi em ROTS e TCW, o seriado Commando Cody não sobreviveu ao teste do tempo. Já Rogers e Flash eram, historicamente, os Star TrekStar Wars do seu tempo – embora em estilo nenhum se aproxime da ficção científica de Trek. Oriundos das tiras de histórias em quadrinhos, ambos migraram para o rádio e para o cinema. Flash foi o primeiro em 1936, com duas sequências em 1938 e 1940, Flash Gordon’s Trip to Mars (A Viagem de Flash Gordon para Marte, em tradução livre) e Flash Gordon Conquers the Universe (Flash Gordon Conquista o Universo, também em tradução livre). O seriado de Buck Rogers só surgiria em 1939, com mesmos cenários e mesmo ator (mas de cabelos escuros) de Flash, que ainda teve uma série de TV feita na Alemanha na década de 1950. Ambos seriam revividos após o sucesso estrondoso de ANH.

Flash Gordon teve um filme com trilha sonora do Queen lançado em 1980. Você com certeza deve ter ao menos ouvido a trilha ou visto o filme. Se não viu, deve ter visto várias menções a ele nos dois filmes Ted – aquele do ewok ursinho maconheiro. Flash ainda teve mais uma versão carne e osso em 2007 em um seriado do então Sci-Fi Channel (hoje Sy-Fy).

Buck Rogers voltou com Buck Rogers in the 25th Century (Buck Rogers no Século XXV), um seriado que teve seu episódio piloto lançado nos cinemas em 1979. O título é o mesmo das tiras de quadrinhos originais. O seriado em desenho do Patolino, Duck Dodgers, tem seu título original, Duck Dodgers in the 24½th Century (Duck Dodgers no século XXIV e Meio) retirado daí.

O que estes dois viajantes do espaço tem com Star Wars? Veja o vídeo (e escute a música):

Esta é a abertura de um dos episódios de Flash Gordon da década de 1930. Tem mais. Na página 128 da edição brasileira do livro, há o breve relato de uma visita de George Lucas aos prédios da King Features, dona dos direitos de Flash Gordon, em 1971. George queria comprar os direitos para fazer uma versão cinematográfica da série. Em 1971 George era um diretor premiado por seu filme estudantil de 15 minutos Electronic Labyrinth: THX 1138 4EB, de 1967, mas desconhecido do grande público. Ele havia acabado de lançar seu primeiro longa metragem, a versão mais conhecida, chamada apenas THX 1138, que foi um fracasso nas bilheterias. Os direitos acabaram sendo vendidos para Federico Fellini, um diretor italiano, que na época já havia lançado sua obra maior, 8 1/2, e vencido dois Oscar com ela – Fellini nunca fez o filme.

Sem os direitos para seu filme, dois anos depois, em maio de 1973, Lucas escreveria a primeira sinopse para The Star Wars, a sua versão de Flash Gordon sem Flash Gordon. Esse tratamento evoluiria para um primeiro roteiro em 1974. Esse roteiro virou a maravilhosa HQ The Star Wars, lançada no Brasil como Star Wars – A Guerra Nas Estrelas (você pode comprar os volumes 1 e 2 – é, provavelmente, a melhor leitura para um fã que queira entender de onde veio tudo).

E não vou nem falar de C-3PO ser retirado de Metropolis, de 1927.

Conclusão: Apesar da tecnologia criada, o Star Wars lançado em 1977 era um filme retrô baseado em filmes de 40 anos antes. O Star Wars lançado em 2015 é um filme retrô baseado em um filme de 40 anos antes.

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“Todo filme, eu trabalhei duro para torná-los diferentes. Eu os fiz completamente diferentes – planetas diferentes, espaçonaves diferentes, para torna-lo novos.”

Hã. Não. Eu usarei a lista de aparições considerando a edição em Blu-Ray, e lembrando que George Lucas nunca deu a mínima pro UE (hoje Legends):

  • Considere a imagem acima e se coloque entrando no cinema em 1983: um Star Wars que começa no deserto com alguém em perigo, incluindo a princesa Leia, e tem uma batalha espacial para destruir uma Estrela da Morte sobre um planeta/lua florestal, cujo destino definirá se a Rebelião continua existindo ou não. UAU! Diferentão!
  • Em 1983, aquela cena no Episódio IV, que definia que Jabba estava em Tatooine, não existia. Não havia NADA que indicasse necessidade de voltar ao deserto de Tatooine. Planetas diferentes, George?
  • Falando em Tatooine… ele aparece em CINCO filmes. Apenas o Episódio V não tem o planeta deserto. Novamente, em 1994, quando George começou a primeira versão do roteiro do Episódio I, não havia NADA que dissesse que Anakin Skywalker havia começado sua vida em Tatooine. Sabíamos apenas que Luke chamava Owen e Beru Lars de “tios”. Mas, até aí, os tios poderiam ter mudado de Naboo pra Tatooine no final do Episódio III após sobrarem com um dos filhos da irmã de Owen, Padmé Lars (e eu demorei 30 segundos pra inventar isso).
  • Eu sou um jovem que acaba de sair dos cinemas em 1999 e vou resumir o Episódio I: Um membro da realeza está em perigo. Um velho Mestre Jedi tem um jovem aprendiz e os dois partem para salvá-la. Encontramos um garoto muito poderoso na Força em Tatooine, um planeta desértico. Este garoto é a esperança de derrotar o lado sombrio. Há uma grande força militar oprimindo um grupo que não tem quase poderio. Este grupo conseguirá derrotar esta força militar ao destruir uma estação espacial. Quem consegue destruir é o garoto, que é naturalmente um às da pilotagem, mesmo sendo sua primeira batalha espacial, sem nunca antes ter saído de Tatooine. Ah, o velho Mestre morre lutando com um Sith. E o filme termina com uma cerimônia festiva. Sem falar no alienígena que ninguém entende o que fala. Isso meio que soa como o Episódio IV… Charles Locke, colunista da Wired que era novata em Star Wars e aceitou o desafio de ver os 7 filmes esse ano e fazer review deles, concorda que o Episódio I é uma versão ruim do IV. Você também pode ler em inglês as reações da nova fã dois episódios IV, V, VI, II, III e VII.
  • Mas, falando em deserto. OK, estamos em 2000, prestes a começar a filmar o que se chamará Episódio II, o quinto filme de Star Wars. Já temos Tatooine em 3 dos 4 filmes anteriores. Anakin sonha com sua mãe e vai até Tatooine falar com Watto. Ele vendeu ela para outra pessoa. Essa pessoa mora em… não sei. Já temos Coruscant, que é uma cidade tecnológica. A Cidade das Nuvens em Bespin muda um pouco a paleta de cores, mas pra uma geração que só viu o Episódio I, basicamente é uma mini-Coruscant. Obi-Wan já está em um planeta aquático com visual de hospital. Yavin, Dagobah, Hoth e Endor são planetas que já estabelecemos que no futuro são locais sem civilização. Eu posso criar Utapau, um planeta cheio de grandes buracos, Felucia, um planeta com fungos gigantes luminescentes, Christophisis, um planeta inteiro de cristais, mas melhor deixar isso para o Episódio III em cenas de 30 segundos de Jedi morrendo ou para essa série em animação que talvez eu faça. Vou colocar essa pessoa em Tatooine mesmo.
  • Beleza, continuamos em 2000. Já sei onde está o Obi-Wan, onde ele acha os clones, o Jango Fett e sai perseguindo eles. Já decidi que o Anakin vai pegar a Padmé em Naboo e depois vai chacinar Tusken Raiders em Tatooine. Preciso colocar esse Conde Dooku fundando os Separatistas em (mais) uma reunião política. Aqui vai ter um pseudo-Coliseu e a batalha mais foda de 2002 (só esqueci de pedir pro Peter Jackson deixar eu ver aquele corte inicial de As Duas Torres). Eu podia pegar um daqueles planetas que não quis usar para o dono da Shmi né? Ei! Quem sabe um planeta grama? Podia chamar Lothal! Melhor não, esquece. Vou pegar um deserto! Isso! Isso é novo! Não… espera… deixa eu pintar a terra de vermelho, o céu de laranja e colocar uns cupinzeiros que ninguém vai notar que é mais um deserto.
  • 1978. O Episódio V, então conhecido como Star Wars II, estava sendo filmado. Precisamos de uma nave nova pro Vader. O que fazemos? Um Star Destroyer gigante!
  • 2000. O Episódio II, na prática Star Wars V, estava sendo filmado. Precisamos de uma nave nova pro Obi-Wan! O que fazemos? Um Star Destroyer de um tripulante!
  • 2003. O Episódio III estava sendo filmado. Precisamos de novas naves para os clones. O que fazemos? Um novo modelo de X-Wing.

Conclusão: George, nós te amamos, mas deixa The Force Awakens ter um novo planeta deserto. Você colocou Tatooine e Geonosis, que mal tem em Jakku? Deixa TFA ter um planeta florestal, você colocou Yavin e Endor, que mal tem em Takodana? Deixa TFA ter uma cidade ultra-tecnológica, você colocou Coruscant e Cloud City. Deixa Hosnian Prime! Deixa TFA ter um planeta gelado, a base Starkiller, você colocou Hoth e aquele onde o Ki-Adi-Mundi morre. Deixa TFA ter a nova esperança no deserto. Você já colocou o Anakin e o Luke lá! Deixa o velho que ensina tudo morrer, você já matou o Qui-Gon e o Obi-Wan. Deixa ter a X-Wing T-70, você já teve a T-65 e as ARC-170! Deixa ter batalha pra destruir uma estação espacial, você já fez 3 batalhas assim! Aliás, deixa ter uma Estrela da Morte mais forte que as anteriores. Você já fez isso antes!

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“Eles não estavam a fim de me ter envolvido, mas se eu tivesse ido lá, eu só causaria problemas porque eles não vão fazer o que eu quero que eles façam. E eu não tenho controle sob essas coisas mais, e tudo que eu faria seria complicar tudo. E então eu disse ‘ok, eu vou o meu caminho, e deixo eles seguirem o deles’. Eu vendi eles [os filmes] para os escravizadores brancos que pegam essas coisas e…”

Pegam essas coisas e…? Destroem? George, meu amigo, tem muito fã por aí que diria que foi você quem destruiu os filmes que fez com as edições especiais e política. Não sou desses, amo as prequels. Mas o que temos aqui, na verdade, é apenas George Lucas sendo ultra-controlador. George é extremamente controlador de suas obras. Nunca um fã de Hollywood, George teve seus dois primeiros filmes, THX 1138American Graffiti, controlados por estúdios. Tanto que em seu terceiro, Star Wars, garantiu os direitos para uma continuação. A péssima experiência com o The Star Wars Holliday Special em 1978, única história cinemática/televisiva de suas criações que Lucas não teve nenhum envolvimento antes da venda para a Disney, fez Lucas querer sempre estar no controle de tudo – mesmo que odiasse dirigir.

O livro de Chris Taylor deixa claro isso. Irvin Kershner e Gary Kurtz, diretor e produtor de The Empire Strikes Back, frequentemente contrariavam Lucas, tanto em termos de desenvolvimento de história quanto em tempo de filmagem e gastos. Kershner frequentemente respondia os questionamentos de Lucas sobre lerdeza em filmagens com “vocês me contrataram para fazer isso, me deixem fazer isso”. Kurtz deu todo o dinheiro que Kershner pediu – mais do que Lucas queria gastar. Kurtz saiu da Lucasfilm em desentendimento com Lucas antes das gravações de O Retorno de Jedi. Kershner educadamente negou retornar para mais um filme. Sem os dois, Lucas colocou Richard Marquand na direção e Howard G. Kazanjian na produção. Kazanjian não estourou orçamentos. Marquand cuidava do contato com os atores, que George nunca gostou, mas nunca tinha a palavra final em decisões. George sempre estava no set. Marquand, inclusive, não participou de toda a pós-produção.

As prequels são exemplo total do controle de Lucas: o produtor Rick McCallum nunca dizia não para o diretor: se Lucas queria mudar a cena a ser filmada no próximo dia, McCallum corria e desmontava o set existente durante a noite e preparava um novo. Hayden Christensen foi contratado para viver Anakin Skywalker sem nunca ter lido um roteiro. Quando leu, sua posição era de que não sabia como interpretar, mas que o faria exatamente como Lucas queria. Harrison Ford, não por acaso, costumava ter posição completamente oposta: questionava toda e qualquer linha de diálogo que achasse ruim. O exemplo máximo é que, diferentemente da Trilogia Clássica, George escreveu sozinho todos os roteiros e dirigiu todos os filmes. (Para ser totalmente correto, Jonathan Hales, que trabalho com Lucas em O Jovem Indiana Jones trabalhou no terceiro script de O Ataque dos Clones, mas considerando que “eu não gosto de areia” sobreviveu, é muito difícil que ele tenha contribuído muito. O outro crédito dele é no risível O Escorpião Rei.)

Outros exemplos do controle de Lucas estão em outras produções dele. THX 1138 teve, assim como Star Wars, a sua edição especial com novos efeitos e novas cenas em 2004. Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, lançado em 2008, teve seus primeiros scripts em 1995 e já continha discos voadores e alienígenas – provavelmente a pior parte do filme, tirando o Shia LaBeouf como o filho de Indy – ainda que tanto Harrison Ford quanto Steven Spielberg não gostassem da ideia. Como sabemos, George venceu. Red Tails, filme de Segunda Guerra Mundial sobre um esquadrão de pilotos negros lançado em 2012, teve George como criador da história e produtor – na prática, George também dirigiu todas as cenas que foram refilmadas. Embora a desculpa oficial seja a de que o diretor Anthony Hemingway estava dirigindo episódios da série Treme, da HBO, é muito difícil imaginar que alguém marque dias de refilmagem sem consultar justamente a agenda do diretor.

Sabemos que Lucas entregou tratamentos para a Disney sobre os episódios VII, VIII e IX da nossa saga favorita, e a Disney prontamente os jogou fora. A explicação dada pela equipe que fez o maravilhoso O Despertar da Força é que ninguém queria fazer um filme com crianças – o risco de uma receptividade como A Ameaça Fantasma mataria o público de qualquer um dos 5 filmes ainda a ser lançado.

Conclusão: George aqui está apenas sendo George, querendo controlar tudo. Agora, George, você VENDEU. Vai fazer seus filmes autorais e sai do nosso pé.

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PRELÚDIOS vs. CLÁSSICOS: O verdadeiro problema.

Aqui está o verdadeiro problema que atormenta George Lucas: os prelúdios são quase que universalmente considerados inferiores aos clássicos – especialmente para o público americano, historicamente responsável por 30-50% da bilheteria de qualquer filme. E aí vem a pior parte: os prelúdios são mais Star Wars do que qualquer um dos clássicos para George Lucas – especialmente A Ameaça Fantasma. Explico:

  • O Episódio IV sempre foi definido por Lucas, mesmo na década de 1980, como um filme “inacabado”. Muito da tecnologia teve que ser criada do zero e, por questões de tempo e dinheiro, esteve sempre aquém do que George gostaria. O orçamento de US$ 11 milhões em 1976 (ano da filmagem) equivale a aproximadamente US$ 46 milhões hoje. Comparativamente, o orçamento do Episódio VII gira em torno de US$ 200 milhões. O Espião que me Amava, filme de 007 lançado no mesmo 1977, teve US$ 14 milhões de orçamento. Esse limite baixíssimo fez com que a cena inicial, por exemplo, tivesse apenas 1 Star Destroyer, quando o plano inicial era de 4 naves.
  • Kershner, Kurtz, Harrison Ford (Han Solo) e Alec Guinness (Obi-Wan Kenobi) invariavelmente iam contra as vontades de Lucas, com os dois atores criticando severamente os diálogos de George. Ford brigou durante toda a filmagem de Jedi pela morte de Solo – desejo atendido em 2015. Lucas não queria nenhuma morte no Episódio VI. A morte de Yoda foi um desejo dos outros envolvidos na produção.
  • Yoda como um boneco nunca foi a vontade de Lucas. Era a solução possível no momento. Era tão difícil de filmar que o diretor do Episódio V desenvolveu ódio pelo personagem.
  • Coruscant, então chamado Had Abbadon, era para aparecer em Jedi, no lugar de Endor. Orçamento e tecnologia eram impeditivos. O mesmo vale para Luke, Vader e o Imperador duelando sobre lava.
  • Os Episódios V e VI (assim como I, II e III) são filmes independentes: Lucas pagou do próprio bolso. Porém, diferentemente da garantia de sucesso de bilheteria dos prelúdios, durante os anos de produção dos clássicos, a falha de qualquer um deles causaria a falência de GL.
  • Várias decisões de roteiro da trilogia clássica são, na verdade, respostas para problemas ocorridos nos bastidores:
    • Luke ser atacado por um monstro no início de Império é para explicar o que aconteceu com a cara de Mark Hamill. O ator sofreu um acidente de carro em 1978 e teve que passar por cirurgia de reconstrução da face.
    • O medo de perder o ator em outro acidente fez Lucas inserir a fala de Yoda dizendo que havia outra esperança. Nesse ponto, a outra esperança nem sequer precisaria ser um Skywalker. Seria alguém sendo treinado no outro canto da galáxia. Como sabemos, nada aconteceu com Mark e o remendo criado por Lucas se tornou um incesto leve.
    • Harrison Ford nunca assinou um contrato para vários filmes. Assinava sempre para o próximo. Sem saber se poderia contar com Han Solo para Jedi, Lucas criou Lando Calrissian e a cena de congelamento. Quando Ford assinou para o filme, isso obrigou Lucas a criar todo o enredo de Tatooine, que toma uma grande parte do início.
    • Lando também serviu para acabar com as críticas de que não havia negros na galáxia.
  • Até a ovação da crítica é efeito dos anos sobre a trilogia clássica:
    • O Rotten Tomattoes é um site que agrega a opinião de várias críticas e diz qual a porcentagem de críticos deu uma nota positiva aos filmes. Em ordem de lançamento (IV, V, VI, I, II, III) hoje as notas são: 94%, 94%, 80%, 56%, 66%, 79%. Um estudo feito este ano selecionou apenas as críticas no lançamento. ANH cairia de 94% para 74%, TESB para 63% e ROTJ de 80% para 61%. São números similares aos dos prólogos hoje. E mais, os prólogos não tiveram a mesma melhora com o tempo: TPM caiu de 60% no lançamento pra 56% hoje, AOTC caiu de 67% para 66% e ROTS de 80% para 79% (embora essa variação de 1% possa ocorrer de acordo com novas críticas entrando na base de dados). Como curiosidade, o filme The Clone Wars tem 18%.
    • As críticas ao Episódio IV costumavam citar que ele era muito rápido: George Lucas editou as cenas de maneira que as pessoas não notassem com facilidade os defeitos dos efeitos especiais. Comparativamente, hoje ANH é lento para os olhos acostumados aos blockbusters atuais. Há inclusive um estudo que diz que a média do tempo de uma tomada está diminuindo constantemente desde 1910: em 1980 a câmera ficava parada em média 6 segundos; em 2000 próximo de 4.5 segundos e em 2010 perto de 4 segundos – isso explica o motivo daquele seu amigo que dorme em ANH achar TPM muito mais interessante e te diz pra apresentar Star Wars pelo Episódio I ao invés do IV.

Com tudo isso, George tem mais lembranças ruins do que boas da produção da trilogia clássica.

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Em novembro de 2015 Lucas disse: “Você vai fazer um filme e é criticado, e pessoas tentam decidir o que você deve fazer antes de fazer e não é divertido. Você não pode experimentar nada. Você tem que fazer de uma maneira. Eu não gosto disso, nunca gostei. Comecei fazendo filmes experimentais e quero voltar fazer isso.” Na mesma entrevista ele disse que Jar Jar Binks é seu personagem favorito da saga.

George sentou para escrever o roteiro do Episódio I em setembro de 1994. Star Wars já havia entrado no imaginário popular e a ILM havia feito milagre em Jurassic Park em 1993: a computação gráfica havia se tornado realista o suficiente para substituir bonecos. Ninguém mais limitaria quantos Star Destroyers ou outras naves entrariam em uma cena. Lucas procurou Spielberg, Robert Zemeckis (De Volta para o Futuro) e Ron Howard (Apollo 13) como opções de direção. Mas os amigos o convenceram de que Lucas, que não dirigia desde 1977, deveria fazer tudo como queria.

Com controle total e sem limites para a imaginação, ninguém, nem mesmo Lucas, imaginava que algo poderia dar errado. Só que deu. E vamos desmistificar algo que até críticos de cinema gostam de dizer: é mentira que os prólogos tem CGI demais. Os prólogos tem CGI mal utilizado! Vamos explicar dois conceitos:

  • Vale da Estranheza: Conceito de robótica e animação que diz que quando réplicas se comportam de forma muito parecida — mas não idêntica — a coisas reais, elas provocam repulsa entre observadores humanos.

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  • Suspensão de Descrença: vontade de um leitor ou espectador de aceitar como verdadeiras as premissas de um trabalho de ficção, mesmo que elas sejam fantásticas, impossíveis ou contraditórias. Em resumo para o cinema: a capacidade do espectador de acreditar no que está vendo.

O vale da estranheza impede o espectador de acreditar no que está vendo, ou seja, não há suspensão de descrença. Sem suspensão de descrença, o cérebro constantemente nos lembra que estamos no cinema ou olhando para a TV, quando deveria aceitar aquilo como realidade. Tornar Yoda em ESB e ROTJ um ser que mantivesse a suspensão de descrença foi a maior vitória de George Lucas ao produzir aqueles filmes. Vamos agora pegar o Episódio I em si:

  • Inconscientemente, nós sabemos como a roupas se movem. As roupas gungans não se movem como deviam – e elas são roupas bem humanas. Caem no vale da estranheza. Nós sabemos como colinas são no nosso mundo. As colinas onde a batalha entre o exército gungan e o exército droid batalham parecem mais saídas do papel de parede padrão do Windows XP. Caem no vale da estranheza também. Como é possível que torçamos para uma batalha em uma imagem que nosso cérebro não gosta? (É claro que o fato de a história não incluir nenhuma empatia aos gungans não ajuda).
  • Ainda sobre gungans, temos um andando por aí o tempo todo, com suas roupas agindo de maneira estranha o tempo todo.
  • Sabemos como R2-D2 se parece. Os momentos em que ele é substituído por CGI são muito estranhos.
  • Tente pensar nos outros filmes dos prólogos e tenho certeza que você se pegará pensando em: C-3PO na fábrica de dróides em Geonosis (ou toda a sequência na fábrica); sabres-de-luz que hora iluminam as faces de Anakin e Dooku, hora não; Obi-Wan e Anakin saltando de seus caças com piruetas ao entrarem na nave de Grievous; a cabeça de Jango Fett sobre um corpo computadorizado quando um clone sem capacete conversa com Obi-Wan antes de ele ir para Utapau. A lista é grande.

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Saindo do campo visual, caímos na lógica do universo em si. Essa é a mais subvertida de todas no Episódio I, por dois personagens:

  • Anakin Skywalker: o livro de Chris Taylor deixa claro, os amigos de George Lucas pediam incessantemente para que George Lucas não começasse a história de Darth Vader com um garoto de 9 anos. O criador insistiu. Luke Skywalker em ANH tem 19 anos, é visualmente um adulto e a Força é tratada de maneira tão mística que acreditamos nela. Há uma construção para o momento onde um jovem inexperiente dá o único tiro a destruir uma estação espacial. Anakin Skywalker tem 9 anos em TPM. Não há uma construção da Força, mas uma desconstrução: truque mental falhando, a Força são  pseudo-mitocôndrias e não um poder místico. Primeiro, Anakin Skywalker é um Ayrton Senna espacial por milagre, já que antes ele nunca havia conseguido terminar uma corrida – praticamente um Takuma Sato de Tatooine. Nem “reflexos de Jedi” explicam uma mudança tão drástica. Aí vem o pior: enquanto seu cérebro já não quer olhar pra anfíbios sem ligação emocional andando na tela do Windows XP, um menino de 9 anos liga o piloto automático de uma nave quando tentava atirar, entra dentro do hangar de uma estação espacial após levar um tiro e a destrói após novamente apertar o botão errado e, milagrosamente, estar apontado para o reator. E lá se vai a suspensão de descrença. Compare mentalmente esta batalha com as batalhas de ANH, ROTJ e TFA. Em todas elas há uma estratégia, que foi previamente explicada e mostrada em esquemáticos. Luke Skywalker, Lando Calrissian e Poe Dameron eram todos adultos que sabiam o que estavam fazendo. Não havia ator mirim que salvasse.
  • Jar Jar Binks: além de já ser um portador do vale da estranheza por todo o filme (ainda que ajudado pela presença do ator Ahmed Best), Jar Jar subverte toda a lógica do universo. A ponto de surgir uma teoria de que ele seja um Mestre Sith. O gungan salta, pula e se move em vezes como apenas um Jedi faria. Em outros momentos, repete cenas dignas de Os Três Patetas – o que era a intenção original de Lucas. É difícil crer nas peripécias do anfíbio naquela batalha, tão difícil quanto manter a suspensão de descrença. As cenas não funcionam a não ser que você seja uma criança ou fã de O Gordo e o MagroTrapalhões e similares.

Com isso, além dos problemas de roteiro, apesar do sucesso de bilheteria (21ª maior bilheteria da história sem ajuste de inflação e 17ª maior bilheteria nos EUA com ajuste de inflação), George Lucas teve sua maior decepção em termos de recepção de crítica e fãs justamente no único filme de Star Wars que ele fez sem nenhum limitanteO Ataque dos ClonesA Vingança dos Sith, embora feitos com praticamente o mesmo elenco, mesmo produtor, sem limites para a imaginação e tudo mais, foram afetados pela pressão do público. Os primeiros roteiros do Episódio II tinham o título jocoso de A Grande Aventura de Jar Jar. O personagem foi severamente reduzido, a ponto de praticamente não falar nada no Episódio III. E George, indicam seus biógrafos, adicionou o papel de Jar Jar em dar poderes emergenciais ao Chanceler como uma resposta aos fãs: Jar Jar Binks realmente acabou com o universo de Star Wars, ele criou o Imperador.

Conclusão: Se coloque no lugar de GL. Você faz 3 filmes que considera incompletos, lotados de problemas econômicos e de relacionamento, com outras pessoas comandando e te dando o contra. Eles são ovacionados. Aí você faz como você quer, praticamente refilmando o original e é duramente criticado. Cansado, você vende os seus “filhos”, entrega novos tratamentos que são ignorados por serem infantis, e vê um novo filme que é, novamente, uma quase-refilmagem do original e ele é ovacionado – e em toda crítica há uma cutucada aos seus filmes. Há um rancor humano na reação.

George, nós te amamos. Estamos aqui por sua causa. O cinema como um todo deve muito a você. Agora,  você vendeu Star Wars (e Indiana Jones também). Não é mais o dono. Você, feliz ou infelizmente, não tem mais o direito de reclamar. Quem comprou faz o que quiser. Bem ou mal. Fique feliz, como nós, que fizeram bem. E vá fazer os seus filmes autorais “que ninguém quer ver”. Quem sabe não venham mais uns clássicos de dentro da sua mente?

11 comentários

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    • Claudio Reis em 2 de janeiro de 2016 às 11:22
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    Olá amigos, parabéns pela reportagem. Como foi dito ele vendeu, a Disney faz o que quiser, no fundo ele tá digamos com “ciúmes”, pois o EP VII é um sucesso total, e pensando bem não sei se ele estivesse envolvido ia ser a mesma coisa, eu tinha receio que J.J. Abrams fosse estragar SW mas ele teve o maior cuidado, pois sabia que estava mexendo com algo que trasncede as telas, algo que realmente mexe com as pessoas.
    FIquei curioso em saber sobre como GL escreveu os EP VII, VIII e IX, será que seria semelhante, ou ele iria se basear na Triologia Thrawn? Seria possivel ter acesso a esses esboços?
    Enfim o sucesso foi total, e uma nova geração de fãs de SW foi formada, minha enteada de 10 anos está enloquecida.
    E por ultimo eu mandei um e-mail na seção contato sobre a Serie Rebels, com uma duvida sobre o primeiro episódio, se puder dar uma verificada e me solucionar a duvida, fico agradecido.
    Desejo um grande ano de 2016 para o JediCenter!!!!
    Abraços a toda a equipe

    • Ralph Solera em 2 de janeiro de 2016 às 11:58
    • Responder

    Muito interessante o texto. E o parabenizo por a) se dispor a escrever um texto com tamanho considerado quase ‘proibitivo’ para os dias atuais, em que as pessoas simplesmente não gostam/conseguem ler algo grande, detalhado e profundo e b) por todo o trabalho de pesquisa que resultou nas informações colocadas ao longo do artigo. Sensacional! 🙂 🙂 🙂 Concordo com quase tudo…. realmente, a reação do George Lucas era até previsível… comentei com um amigo meu pouco antes da estréia do Ep. 7 “quanto tempo será que vai levar pro Lucas reclamar do novo filme”… como vc disse, é uma reação ‘humana’ até que normal. E, claro, há sim um certo rancor em ver todos elogiando o novo filme, principalmente em comparação com os prequels… a mim, parece que o Lucas não está psicologicamente pronto para ver SW seguindo em frente, sem nada de influência dele (o que, novamente, é perfeitamente compreensível). A título de curiosidade – mas que casa com o exemplo do Lucas – na NBA existe um corpo de psicólogos que acompanha os jogadores no início e no final das carreiras (e, se forem problemáticos, no meio também). Qd são selecionados nos drafts, os novatos são preparados pra lidar com a fama e a fortuna, e o assédio de empresários, mulheres, fãs, repórteres, etc… e qd vão se aposentar, são preparados pra lidar com o sentimento de perda (que pode levar a doenças sérias como depressão) pois a fama começará a passar, o assédio cai quase a zero, a renda diminui, e por aí vai. No caso do Lucas, ele precisaria de uns conselhos – ou até um tratamento inteiro – parecido com os atletas da NBA que vão se aposentar: ele precisa aprender a lidar com a perda de SW, com o sucesso que a saga terá nas mãos da Disney, com as críticas que cada vez mais compararão os novíssimos filmes com os Ep. I, II e III, e etc. Ele precisa aprender a apenas se sentar e curtir o legado que deixou, sabendo que mudou para sempre a História do cinema e da cultura pop ocidental, mas que a partir de agora, não tem mais influência em SW. Não deve ser fácil, eu até entendo ele… mas é necessário – para o bem dele próprio e da sua criação – que ele aceite com melhores olhos o que a Disney está fazendo/fará com SW.

    • Alan em 2 de janeiro de 2016 às 14:13
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    Achei muito interessante a matéria parabéns, tem muito do que já li em livros e revistas que pra falar a verdade nem tenho mais, coisas que nem lembrava. Sempre fui da opinião que G. Lucas era exagerado,muito exagerado, e sempre fui criticado por isso,mas no lugar dele sei que dá uma dorsinha no peito você estar fora daquilo que criou mas também penso que não houve “inovação”,não de forma real o que é bem difícil,mas como ele encherga esse quesito? Um exemplo dentro do que tentei perceber no que ele disse é o seguinte. Tempo vs época, por exemplo: As naves, lógica de tempo. Entre o Ep.III e IV há um espaço tempo de 19 anos,então vemos uma grande diferença no disign nas antigas x-WING, asas,bico, turbina, ele mostra que houve essa evolução no universo SW pois no EP.IV as X-WING ganham mais com menos, turbina,exaustores,bico,asas, esse disign dá mais mobilidade e velocidade,coisa que poucos sabem, então mesmo décadas depois ele se preocupou com isso pois estava contando sobre outra época. Agora faz mais de 30 anos do EP.VI, dentro da cronologia , e as naves ganham só turbinas novas? Tudo lindo mas mesmo assim, pouco ousado. Entendo G. Lucas neste aspecto,mas exagerado e precipitado é o que define o papai G. Lucas, fez muito bem em se desculpar.

    • Luiz Palte em 3 de janeiro de 2016 às 02:53
    • Responder

    Cara, parabéns pelo ótimo texto escrito de forma simples, mas completa. Parabenizo também pelo texto ser avaliativo em todos os lados e não mais um mimimi que estamos acostumados a ver algumas pessoas pregarem contra o prequel. Irei acompanhar a página mais vezes.

    • Yuri em 3 de janeiro de 2016 às 12:46
    • Responder

    Primeiro, o livro do Chris Taylor não deve servir de base pra nada. Justamente porque ele odeia as Prequels e deixa isso claro, como você disse.

    Dito isso, saibam que o Sr. Irvin Keshner já declarou, EM VÍDEO, que o George Lucas como produtor no Episódio V era ótimo, pois não ficava enchendo o saco botando pressão por conta do tempo ou do dinheiro. Inclusive, foi mesmo um saco fazer a cena do Yoda levantando a nave, foi demoraso e deu errado algumas vezes, mas o Keshner, como um ótimo diretor, declarou que ficou muito satisfeito com o resultado e que, mesmo o George Lucas tendo visto os fracassos nas primeiras tomadas de perto, como a nave caindo e quebrando (o que atrasou bastante tudo), o George Lucas mostrou sim preocupação, mas disse: “Tudo bem, faça o que tem que fazer”, sem colocar pressão. Então, não falem besteira sobre isso.

    Outra colocação, Star Wars era dele oficialmente até 2012, ele tinha todo o direito de bater de frente com os questionamentos do Guiness, Hammil e Ford. O cara faz cinema experimental. Star Wars é resultado de uma experiência dele, os Episódios I, II e III também são. E são bem diferentes entre si, seja pelo “tom” dos filmes, ou por toda a parte técnica. Se são bons ou não, não tô nem aí, eu gosto e são sim ótimos filmes.

    É um bom texto, mas você pecou em algumas coisas.

    Uma última colocação.

    O único momento em que o George Lucas pode ter dito alguma besteira foi quando falou sobre os “senhores de escravos”, entretanto, ele já se desculpou.
    Antes disso, ele simplesmente havia dito que não gostou muito do Ep VII porque não era muito original e nisso ele tem razão. Ele também disse que resolveu cair fora por que sabia que provavelmente bateria de frente com a Disney sempre, ele foi sincero e digno. A mídia anunciou esse pronunciamentos dele com termos como “critica”, “alfineta”, “fala mal”. Quem criou a “briga” toda foram as pessoas. Essa porra de desentendimento entre ele e a Disney não existia, foi criado pelo público que gosta de ver o circo pegando fogo.

    Por enquanto, é só.

      • Maximo Renato em 13 de janeiro de 2016 às 15:49
      • Responder

      Faço das suas palavras, minhas…

    • Jonas em 4 de janeiro de 2016 às 07:01
    • Responder

    Star Wras 7 é um lixo comercial.
    Uma copia mal feita dos filmes antigos.

    Infelizmente a maioria dos fãs são cegos ao extremo.

    A Disney pode fazer qualquer porcaria, chamar isso de Star Wars e vcs vão adorar!
    Ridiculo…. pessoas sem critério e sem senso critico!

    E pra defender esse filmeco ridiculo, vcs desmerecem até o Pai e Criador de Star Wars.
    Mais patético ainda!

      • Yuri em 4 de janeiro de 2016 às 10:20
      • Responder

      Pois é.

      • Diego em 25 de janeiro de 2016 às 15:48
      • Responder

      Você tem razão, Ep VII é cheio de falhas..

    • MAT em 12 de janeiro de 2017 às 03:55
    • Responder

    STAR WARS 7 É O MELHOR STAR WARS DESDE O 5

    Parem de tanto mimimi sem fundamento

    • Original Systems em 11 de outubro de 2017 às 01:45
    • Responder

    A Disney transformou Star Wars em uma grande porcaria repetitiva!

    Quem ciritca George Lucas é modista retardado.

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