Os fãs dos Mandalorians ficarão felizes com o retorno da raça guerreira mais famosa de Star Wars desde 1980! Em seu segundo episódio de 2016, Star Wars Rebels visita Concord Dawn, planeta natal de ninguém menos do que Jango Fett! E aí? Está curioso?
Lembrando sempre que este review assume que você já viu o episódio ou que não se importa de ler spoilers.
Clique aqui para os episódios anteriores.
Nota do M’Y: 7.0 (0 até 10)
Trilha Sonora: Kanan and Fenn Rau (Download)
O episódio: O episódio começa com os rebeldes precisando de uma nova rota para planeta Lothal. Sabine tem uma ideia: passar por Concord Dawn, planeta controlado por um grupo de Mandalorians conhecidos como Protetores. Rex conhece o grupo, já que eles foram utilizados como instrutores de batalha durante a Guerra dos Clones – embora este fato jamais tenha sido apresentado durante a série. Esse detalhe, a capacidade de lutar desses guerreiros, é o que mantém o império afastado. O único problema é que os rebeldes não sabem se esses guerreiros estão do lado dos rebeldes ou do lado do Império. É neste ponto que Cavaleiro Jedi insiste em negociações pacíficas. Nessa hora fica claro que Kanan conhece muito pouco da cultura do povo de Sabine, nunca deve ter lido as HQs ou jogado nada, coitado. Ainda assim, a capitã Hera resolve ir com o seu esquadrão Phoenix para negociar com com os protetores.
É neste episódio que ficamos sabendo o que aconteceu com planeta Mandalore desde a queda da República: O Império conseguiu tomar o sistema. Ainda assim, Concord Dawn, colônia de Mandalore, pode ser considerado um planeta neutro – ou é assim que os rebeldes pensam. O líder dos protetores se chama Fenn Rau, que Rex identifica como um antigo instrutor de vôo. É ele que, numa bela batalha espacial, deixa a capitã Hera em coma. Algo que fica difícil de entender é como a nave A-Wing dela entrou no hiperespaço após ser atingida pelos tiros de inimigo – apesar da cena da nave destruída ter uma qualidade visual bem acima da média do seriado. Novamente, aparentemente sobra apenas um piloto que não seja da tripulação da Ghost. Se no episódio anterior houve uma preocupação em explicar novas naves para os rebeldes, aqui pouco se explica de onde o Comandante Sato tira tantos pilotos. Porém, isto é algo que não atrapalha o episódio.
Os pilotos rebeldes estão ficando quase que como os red shirts de Jornada nas Estrelas…
Com a piloto verde em coma, Kanan e Chopper resolvem se infiltrar na base dos protetores – com a jovem Mandalorian escondida na Phantom. A parte boa é que ela mesma dá desculpa para quem ele não tivesse percebido sua presença: sua instabilidade emocional com os ferimentos da amiga. Kanan espera conseguir negociar com o protetor, já que Kanan esteve na terceira batalha de Mygeeto, que aparece na HQ Kanan: The Last Palawan e Fenn Rau esteve nesta mesma batalha, ajudando tropas da República.
Com facilidade o Jedi consegui entrar na cabana do líder dos protetores – e é aí que temos uma cena que tem se tornado rara em Star Wars: um confronto clássico moldado com os antigos filmes de velho oeste. Considerando o declínio do estilo desde a década de 1970, é de se esperar que escritores e cineastas que estão no comando da TV e do cinema atual não tenham tanta influência do gênero. Ainda assim, é uma influência muito importante no início da saga e que merece ser revisitada. Nos últimos anos, alguns poucos filmes de grande orçamento se aventuraram no gênero: Cowboys & Aliens (2011), Django Livre (2012), O Cavaleiro Solitário (2013), Os Oito Odiados (2015 – ainda nos cinemas), The Ridiculous 6 (2015, produção direta do Netflix) e O Regresso (2015 – ainda nos cinemas, mas que o departamento de marketing da Fox faz questão de fugir do rótulo). Ou seja, 6 filmes, sendo 2 fracassos, 2 do Tarantino, uma comédia e um que o estúdio foge do rótulo. É um estilo praticamente morto para a bilheteria.
Antes que os dois pudessem se encontrar, um imperial entrega pagamento para o protetor, deixando claro o lado dos Mandalorians. Enquanto os dois inimigos conversam sobre um passado comum, Sabine coloca explosivos nas naves do seu povo, com exceção de uma, visto que ela é pega antes. Quando ela está cercada, descobrimos que seu clã, Wren, faz parte da casa Vizsla – a mesma responsável pelo Death Watch, o movimento separatista que era contra o governo pacifista que o povo Mandalore tinha durante a Guerra dos clones. Isto é melhor explicado no vídeo Rebels Recon, onde fica claro que clãs servem às grandes famílias. Isto é bastante similar a como os Bolton deveriam ser fiéis aos Stark em Game of Thrones: os Wren eram fiéis aos Vizsla. A própria mãe de Sabine era membro do Death Watch e viu a morte de Pre Vizsla nas mãos de Darth Maul. Assim como na série de fantasia medieval, ela invoca o direito de justiça por combate.
Caso você não se lembre, este é Pre Viszla. A família de Sabine é “vassala” da Viszla.
A trilha sonora de filme de velho oeste misturada com o estilo de Kevin Kiner emulando John Williams cria uma atmosfera rara e curiosa, que só é menos surpreendente que o duelo em sí. É pena que o site oficial tenha escolhido outra música para liberar aos fãs. No duelo, Sabine apenas desarma o inimigo e explode suas naves.
Enquanto o protetor foge em sua nave, o Jedi pula em cima dela e temos uma sequência feita de maneira bastante similar a O Ataque dos Clones. É neste ponto que o episódio que estava merecendo uma nota 9.0 desceu para uma nota 7.0: Kanan e Sabine levam Fenn Rau como prisioneiro. Isso não costuma bater com o que sabemos dos rebeldes e, principalmente, dos Jedi, e fica ainda pior quando se trata de uma ação feita por Kanan. Ainda assim, é com ele que os rebeldes conseguem passagem por Concord Dawn. O episódio termina com Hera acordando.
Conclusão do M’Y: Este era um episódio que tinha tudo para que não me agradasse. O excesso de entusiasmo por Boba Fett por uma grande parte da comunidade de fãs – quando seu pai faz muito mais do que ele nos filmes – e uma linha de história muito estranha em The Clone Wars me faz não gostar do povo de Mandalore. Ainda assim, este foi um episódio quase perfeito até os três minutos finais, quando um cavaleiro Jedi tomou uma atitude mais condizente com o Império. É claro que esta é uma opinião muito pessoal poucos devem ter se incomodado com o fato, mas a própria reação de Hera ao saber do ocorrido demonstra o quanto isso é fora da natureza do movimento rebelde e deste grupo em particular.
Ainda que seja uma opinião muito pessoal, terminei este episódio com um gosto amargo na boca. Guardando as devidas proporções, foi um final decepcionante como o da série How I Met Your Mother. Pelo menos este episódio teve apenas 22 minutos e não nove temporadas. Outro fato é que eventualmente o império descobrirá o que ocorreu no planeta. Esperamos que o time de história da Lucasfilm se lembre disso na próxima temporada.
Curiosidades:
- Concord Dawn surgiu inicialmente no antigo Universo Expandido, mas sua primeira menção dentro do cânone foi na série The Clone Wars, como planeta natal de Rako Hardeen – que foi uma das identidades de Obi-Wan em uma missão de espionagem.
- O confronto entre Kanan e Rau foi deliberadamente criado como um western.
- O nome Fenn Rau vem de um diretor de alguns episódios da série, chamado Brad Rau.
- Fenn Rau é visto na HQ Kanan: The Last Padawan que reconta a terceira batalha de Mygeeto.
- As marcas no capacete de Fenn Rau são retiradas de uma arte de Joe Johnston para O Império Contra-Ataca.
REBELS RECON #2.12
Reviews e notas da 2ª Temporada
s02e11 – A Princess on Lothal: 7.0
s02e10 – Legacy: 7.0
s02e09 – The Future of the Force: 9.0
s02e06 – Wings of the Master: 8.0
s02e05 – Brothers of the Broken Horn: 5.5
s02e04 – Always Two There Are: 9.0
s02e03 – Relics of the Old Republic: 8.5
s02e02 – The Lost Commanders: 6.0
s02e01 – The Siege of Lothal: 9.0
Reviews e notas da 1ª Temporada
s01e07 – Gathering Forces: 7.0
s01e03 – Rise of the Old Masters: 8.0