Iniciando uma Rebelião #48 – s04e01-02 – Heroes of Mandalore

Chegamos na última temporada de Star Wars Rebels , com muitas perguntas para serem resolvidas  em apenas 16 episódios! A primeira delas é: quem será o(a) novo(a) líder de Mandalore?

Lembrando sempre que este review assume que você já viu o episódio ou que não se importa de ler spoilers.

Clique aqui para os episódios anteriores.

Nota  do M’Y: 7.5 (0 até 10)

Trilha Sonora: Passing the Sword (Link)

Curiosidades:

  1. A premissa original para o episódio comparava Ezra acostumar-se ao seu jetpack com Cliff Secord fazendo o mesmo no filme The Rocketeer (1991). The Rocketeer foi dirigido por Joe Johnston, o artista da ILM mais responsável por projetar Boba Fett e seu jetpack para The Empire Strikes Back.
  2. Andrew Kishino fornece a voz do Capitão Mandaloriano Imperial Hark. Kishino foi a voz original do jovem Saw Gerrera em Star Wars: The Clone Wars.
  3. Continuando uma tradição crescente, um ator veterano da série Rome interpreta um líder mandaloriano. Desta vez é Tobias Menzies (que interpretou Marcus Junius Brutus) como Tyber Saxon. Outros atores de Rome incluem Kevin McKidd (que interpretou Lucius Vorenus) como Fenn Rau, e Ray Stevenson (que tocou Titus Pullo) como Gar Saxon.
  4. A perseguição para salvar Alrich Wren do interior de um transporte de troopers foi inspirada tanto na perseguição do caminhão em Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida, quanto na perseguição de tanque em Indiana Jones e a Última Cruzada.
  5. Este episódio marca o retorno de Katie Sackhoff (a eterna Starbuck de Battlestar Galactica) ao papel de Bo-Katan Kryze de Star Wars: The Clone Wars. O modelo da personagem foi redesenhado para combinar a aparência de Star Wars Rebels e avançar a idade da personagem em 18 anos ou mais – algo que, para mim, não deu muito certo.
  6. O projeto para Sundari, a capital mandaloriana, decorre da sugestão de George Lucas de usar uma bolinha de mouse (coisa que tem geração que já nem sabe o que é) como ponto de partida durante o desenvolvimento da cidade em Star Wars: The Clone Wars.
  7. O apelido da arma, A Duquesa, é uma referência a Satine Kryze, a antiga duquesa de Mandalore. Dado seus ideais pacifistas, é um uso irônico do nome, da mesma forma que uma arma em nosso mundo poder ser chamada de O Pacificador.
  8. Este episódio foi mostrado publicamente pela primeira vez na Star Wars Celebration Orlando em 15 de abril de 2017, seis meses antes da estréia na televisão.
  9. Uma iteração anterior da história teve Sabine tornando seus soldados mandalorianos em cavaleiros com o Darksaber, criando uma marca em suas armaduras.
  10. A armadura dos mandalorianos é, pela primeira vez, referida como beskar em tela. Este é um termo introduzido nos romances  Republic Commando de Karen Traviss, pertencentes ao universo Legends, dando um nome para o conceito de “ferro Mandalorian”, que introduzido pela primeira vez nos quadrinhos Legends Tales of the Jedi por Tom Veitch.
  11. A ideia de que Sabine tinha desenvolvido armas para o Império vem de sua concepção original de personagem. Sua primeira bibliografia foi escrita como: “O trabalho de Sabine foi diretamente responsável por um terrível evento perpetrado pelo Império”. Isso foi deixado indefinido até esta história, onde poderia ser mais impactante.
  12. Os rascunhos anteriores da história tinham Bo-Katan ansiosa para usar a arma contra o Império. Quando confrontada com a escolha, entanto, ela opta por destruir a arma, provando-se digna de liderança. À medida que a história evoluiu, esse conflito foi movido para o temperamento volátil de Sabine, com Bo-Katan se tornando a voz da razão.
  13. Este episódio expande o número de clãs e casas de Mandalorian conhecidos, e diversifica seu visual mostrando diferentes raízes ancestrais além do que as famílias de Kryze e Vizsla apresentaram tão proeminente em The Clone Wars.

Só eu achei que a Bo-Katan rejuvenesceu nos últimos 18 anos?

O Episódio – Parte I: Sabine e o clã Wren estão em um ataque a um posto avançado imperial em Mandalore para tentar resgatar o pai de Sabine, Alrich Wren. Kanan e Ezra os acompanham, com Ezra apanhando imensamente do seu jetpack. Com um pouco de sorte ele consegue se dar melhor que os troopers, mas ainda assim é muito ruim. Tiber Saxon, irmão do falecido Gar Saxon é o novo líder imperial em Mandalore e ele envia dois AT-DP, que são suficientes para derrotar a equipe de Sabine – ou seriam, não fosse pela chegada de Bo-Katan e mais dois do clã Kryze. Alrich Wren, no entanto, não está lá. Descobrimos que após a morte de Satine e o curto reinado de Maul, Bo-Katan foi a regente do planeta antes do final das Guerras Clônicas e que ainda é vista como a verdadeira líder. Ela foi traída pelo clã Saxon. Sabine, doida para se livrar do darksaber, tenta entregar a arma para Bo-Katan, mas ela se recusa.

Logo chegam Ursa e Tristan, mãe e irmão de Sabine, avisando-a que o seu pai está sendo levado para a capital Sundari, para executá-lo. Enquanto esperam o comboio para uma emboscada, Kanan e Hera (via holograma) conversam sobre a necessidade dele voltar para ajudar a Aliança Rebelde e a conversa muda para a relação entre os dois, sempre deixada de lado pelo programa, por mais óbvia que seja. Não passou despercebido a falta de resposta de Kanan para o “vejo você logo” de Hera. Fiquei pensando se foi humor negro dos roteiristas…

A emboscada, iniciada com Sabine jogando tinha no vidro do transporte que carregava o pai, quase termina em morte de Ezra e do pai Sabine, mas acaba sendo bem sucedida no final. Descobrimos que Alrich Wren não é um guerreiro, mas um artista. Quando parece que as coisas estão boas, chega um AT-DP para onde a Tristan e Ursa estão. Sabine ouve pelo comunicador um som que ela conhece e corre para ver. Vemos apenas armaduras de mandalorians e descobrimos esta é a arma que ela criou para o Império no seu período lá.

A gente se vê… ops.

O Episódio – Parte II: O segundo episódio acabou com toda a urgência criada pelo primeiro, mostrando Ursa e Tristan vivos, milagrosamente os únicos a sobreviver – apenas para quase serem mortos logo em seguida por vários mandos e 3 TIE-Fighters. Ver uma batalha aérea de uma mandalorian contra TIEs acaba sendo bem interessante. O Governador Saxon mostra a arma funcionando para o Grão-Almirante Thrawn, que nota a sua eficiência, mas que seu alcance é bem menor do que o original. Thrawn então ordena que Saxon vá atrás de quem criou a arma: Sabine Wren.

Ezra dá a ideia óbvia: fazer a armadura Mandalorian de outro material. Todos eles reagem como se o Jedi tivesse mandado cada um na sala matar a própria mãe. Sabine conta que sua armadura tem 500 anos e que a armadura é parte da identidade. Bo-Katan aponta que agora essa identidade irá matá-los (mas ainda assim não muda a armadura). Aqui há uma falha de lógica: eles poderiam muito bem aceitar usar uma outra armadura para a missão de destruir a arma e aí voltar a usar a boa e (muito) velha armadura normal.

Fenn, Sabine, Bo-Katan, Ezra, Kanan, Chopper e mais alguns se infiltram no Star Destroyer de Saxon para destruir A Duquesa – uma decisão de muito mal gosto de Sabine (e dos roteiristas). Quando Sabine e Bo-Katan chegam na arma, Saxon a liga, mas não o suficiente para matar as duas. Ao ser desafiado pelo seu próprio capitão, Saxon usa a arma contra ele também. Apenas Saxon não é afetado, pois usa uma armadura de stormtrooper (alguma inteligência ele tinha que ter).

Quando o governador ameaça Bo-Katan, Sabine concorda em melhorar a arma. O que ela faz, na verdade, é alterar alguma configuração que faz os arcos de voltagem serem atraídos pelas armaduras imperiais – um toque interessante é que Ezra tem que tirar o seu capacete (ponto para os roteiristas). Ao final, Bo-Katan ajuda Sabine a escolher destruir a arma ao invés de usá-la contra o Império. O Star Destroyer explode com a destruição do gerador. Bo-Katan decide então aceitar o darksaber e se posicionar novamente como duquesa de Mandalore.

Pela honra de Grayskull, eu sou She-Ra!

Opinião do Jair Yoda: Terminei o último artigo da terceira temporada falando que talvez seria esperar demais ver Sabine e Fenn Rau na guerra civil mandaloriana. Para minha sorte este assunto já foi tocado logo nos dois primeiros episódios. O primeiro começou de maneira interessante, já direto na missão e sem espaço para Zeb e a nave Ghost. Sendo Zeb o mais palhaço da série, achei bom que ele não apareceu neste episódio. Dave Filoni já falou que neste quarto ano veremos acontecer algumas coisas que os fãs querem quando perguntado da relação entre Kanan e Hera – embora não tenha garantido nada. Seria interessante ver pela primeira vez no cânone uma relação amorosa entre Jedi e outra pessoa e que não fosse danosa para os dois (na verdade, até no Legends, a única relação que me lembro que não causou algum tipo de destruição galáctica foi Luke e Mara Jade). O final do primeiro episódio foi ao mesmo tempo corajoso e banal. Corajoso em dar a impressão de que a família de Sabine estava morta. Banal em insistir nessa ideia de uma garota menos de 15 anos criou aquela arma para o Império (nesta temporada Sabine tem aproximadamente 19 anos, já está há 3 na Ghost e ainda foi caçadora de recompensas por um tempo depois de sair da academia). A menina era praticamente um Sheldon Cooper aos 14 anos! No meu caso, me tira da imersão (mais ou menos quando você joga Battlefront II e surge uma Rey em Naboo na época das Guerras Clônicas).

Todo o segundo episódio foi muito bom, desconsiderando que ele todo é montado nesta característica de Sabine ser doutora em engenharia aos 14 anos e a falha de lógica das armaduras. Ao final, eu só queria que o episódio acabasse logo, pois toda a ideia de Sabine querer usar a arma contra o Império acabou ficando fora da personagem (o que bate com a curiosidade 12, de que não seria ela) e todo o final, com Bo-Katan aceitando o darksaber me pareceu mais uma necessidade de roteiro do que o arco natural da personagem Sabine. Os roteiristas aparentemente não tiveram coragem de ficar grande parte da temporada sem ela e deixar ela ser a nova líder de Mandalore.

REBELS RECON#4.1 e #4.2

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