O novo livro Star Wars: Bloodlines – título ainda sem tradução oficial no Brasil – dá a Leia Organa, antes uma princesa depois uma general, uma história, jornada e uma aventura própria.
Então o que o seu pai Darth Vader faz na capa do livro? Bom, essa é uma boa pergunta, segundo a autora Claudia Gray (de Star Wars: Estrelas Perdidas)
Eu me lembro dos pôsters do Episódio I, onde se vê o jovem Anakin com a sombra de Vader saindo dele. Nesse livro, vamos descorbir até onde se estente a sombra de Vader
Prosseguindo cronológicamente os eventos do livro Star Wars Marcas da Guerra, escrito por Chuck Wending (sua sequência chega este ano), Bloodlines se passa alguns anos antes dos eventos de O Despertar da Força. O USA Today nos deu um primeiro olhar na capa do livro e um trecho do mesmo.
Leia está profissionalmente num bom momento como senadora e lider de uma pacífica Nova República décadas após a queda de Vader e o controle galáctico do Imperador. No entanto, Gray diz que a nova geração não se lembra das lições da Rebelião ou reconhece as coisas errôneas do Império e Leia começa a ver rachaduras nas fundações que podem levar a um futuro perigoso na galáxia.
Família é um tema grande dentro dos filmes de Star Wars e tem um papel chave em um dos eventos mais significantes do livro, “um que tem repercussões enormes para vários personagens“, diz Gray. “No entanto, esse livro não é fundamentalmente sobre Leia como esposa, irmã ou mãe; é sobre o papel que ela criou para ela desde a queda do Império e o que ela assume na época de O Despertar da Força.“
Alguns personagens do filme fazem uma participação em Bloodlines, embora Gray vai introduzir várias novas pessoas. O mais importante é Ransolm Casterfo, um cara que Gray descreve como “um ambicioso jovem senador que faz parte da oposição de Leia em virtualmente tudo. Ele até coleciona artefados do império, como cartazes pró-Palpatine, armaduras e por aí vai.“
Gray nos dá um trecho do livro onde Leia é uma convidada de “uma reunião cedo na manhã que parece ser apenas mais um dia na política, mas na verdade é pra discutir sobre uma decisão crucial sobre o futuro da galáxia. Ela acha que esse vai ser mais um dia de discussões políticas até receber um sinistro alerta.“
Trecho do capítulo 13 de Star Wars: Bloodline
Toda uma geração propsperou durante a era de paz. A Nova República, governada pelo Senado Galático em Hosnian Prime, esteve no poder por mais de duas décadas. Mesmo assim conflitos começaram a tomar forma dentro do Senado. Um impasse político ameaça aleijar uma inexperiente democracia, as disputas da Nova República logo vão irradiar através da galáxia.
O prédio de conferência do complexo senatorial da Nova República contém multiplas salas apropriadas para cada função auxiliar imaginável, de concertos memoriais até cerimônias de prêmios. Leia Organa e Tai-Lin Garr se dirigiram até uma das menores salas de banquete. A reunião do café da manhã foi organizada por Varish Vicly que não conseguia imaginar um pior momento para uma festa.
Vasih chegou aos ressaltos perto deles. “Aí estão vocês! Estava preocupado que chegassem tarde.”
“Chegamos adiantados” Protestou Leia enquanto ela e Tai-Lin foram abraçados por grandes longos braços.
“Sim, mas eu estava preocupado. Vocês sabe como esses caras são.”
“Venham comigo e sejam apresentados a todos” Insistiu Varish. Logo Leia se viu apertando mãos e patas, murmurando cumprimentos; graças a alguns hologramas de revisão que Korr Sella preparou ela reconheceu cada senador que estava no local e pôde até fazer algumas perguntas pertinentes sobre suas famílias e mundos.
Eles adentraram o salão do banquete juntos, todo o grupo andando de dois em dois. Leia sabia que o assento no fim da mesa seria seu, convidada de honra ao lado do anfitrião. Então ela caminhou por toda a extensão da sala, atenta ao senador ao seu lado, antes de olhar para os preparativos – luxuosos até para os padrões de Varish – com um veludo se dispondo a mesa e delicadas fitas de papéis dispostas pelas mesas, em baixo de elaborados guardanapos dobrados. Leia teve que rir. “Sério, Varish. Para o café da manhã?” Em outras palavras, Leia pensou enquanto ouvia alguém falando alegremente sobre seus netos “isso está indo maravilhosamente bem pra todo mundo, menos pra mim.”
Isso ganhou boas risadas pela sala; os gostos esbanjadores de Varish Vicly eram bem conhecidos, um ponto fraco que ela mesma já tinha feito comentários engraçados sobre. Hoje, porém, ela encolheu os ombros. “Eu não pedi isso. Talvez os garçons ouviram meu nome e assumiram que tinham que exagerar.” Varish sorriu quando ela se sentou. “Se essa é a minha reputação… bom, eu posso conviver com isso.”
Leia se fez confortável, pegou o guardanapo e parou.
Algo stava escrito na fita de papel no seu prato. Escrita mesmo. Praticamente ninguém escrevia mais; fazia muito tempo que Leia viu palavras escritas à mão com tinta sem ter sido em documentos históricos.
Mas hoje alguém deixou essa mensagem no seu prato, apenas uma palavra:
CORRA.
Leia empurrou sua cadeira para trás, levantando instantaneamente. “Nós temos que sair daqui” disse aos senadores que estavam assutados na mesa. “Agora. Vão!”
Mas eles não se moveram, mesmo quando ela se dirigiu em direção da porta. Varish disse: “Leia? O que nos mundos…”
“Você não me ouviu?” Tolos que nunca estiveram em guerra, que não sabiam o que era um aviso urgente quando o recebiam. Leia segurou o papel para que eles pudessem ver. “Se levantem e corram!”.
Com isso, ela saiu, correndo o mais rápido que podia, finalmente ouvindo os passos dos outros atrás dela. Talvez eles penssaram que a mensagem era apenas uma pegadinha, mas Leia sabia bem. O medo incipente que a revirou internamente durante a manhã inteira se solidificou; era disso que seus sentimentos a estavam avisando.
Enquanto eles corriam pelos corredores do prédio de conferências, Leia avistou um aviso de alerta e desviou de lado para apertá-lo. Uma voz robótica disse: “Sem perigos detectados neste-“
“Ignorar! Alerta de evacuação agora!” Leia resumiu correndo assim que as luzes de alerta começaram a piscar e a sirene soar. Imediatamente as pessoas começaram a esvaziar as outras salas, principalmente resmungando, mas pelo menos se dirigindo as saídas – e quando a viram, eles também começaram a correr. O senso de urgência construido atrás dela parecia uma onda, preparando-se pra quebrar.
A respiração de Leia ficou mais pesada conforme ela se esforçava mais, correndo em direção das portas, tão rápido que eles quase não tiveram tempo de abrir pra ela. Na praça, dróides de segurança começaram a evacuar as pessoas pra longe do prédio, mas também alguns continuaram a se juntar, consternadamente olhando para o local. Os outros evacuados apareceram pelas portas atrás e ao redor dela, mas uma vez que estavam fora da estrutura, metade deles pararam continuando ainda dentro do alcance.
Dentro do alcance de quê? Ela ainda não sabia. Mas cada instinto dentro dela dizia que um disastre estava para acontecer.
Leia não parou. Ela continuou correndo o máximo que pôde, sem olhar pra trás até…
Uma luz brilhante. Um rugido tão forte que ressonou dentro de seu crânio. O ar quente e detritos atingindo ela, a derrubaram, caindo por cima dela, apagando o mundo.
Fonte: USA Today
2 comentários
1 menção
Alguma ideia de quando será lançado no Brasil? Li que o livro também vai mostrar um pouco de como ela lida com o filho, Ben. Deve ser um fantastico background para o episódio VIII, onde creio que Leia terá um destaque muito maior.
Cara, isso é fenomenal.
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