O meu primeiro contato com Star Wars foi pelo meu pai, que me levou para assistir o Episódio I: A Ameaça Fantasma, quando eu era criança. Depois desse dia, eu assisti os Episódios IV, V e VI e comecei a procurar notícias dos novos filmes que estavam para sair. Meu amor por Guerra nas Estrelas começou ali, naquela sala de cinema pequena de um shopping no interior do estado de São Paulo.
Alguns bons anos mais tarde, quando surgiu a notícia que um Episódio VII seria feito, fiz uma tatuagem em homenagem ao meu personagem favorito da saga, o R2D2. À época, surgiu a oportunidade de ingressar na equipe do Jedicenter e pensei ser o momento ideal para me aprofundar mais em Star Wars.
Eis que veio o Episódio VIII. Com ele, minha admiração por Star Wars continuou sem abalos nas estruturas. Entretanto, fui surpreendida com uma onda de ódio em relação a este e aos novos filmes que não havia percebido, ou talvez não quisesse perceber.
Admito que me blindei em relação às críticas envolvendo os novos Episódios e spinoffs. É muito mais fácil não admitir que o mundo é feio quando você está fazendo algo que gosta. Por esse motivo, continuei consumindo e produzindo conteúdo de Star Wars e, assim, me focar somente no que eu gostava de ver.
Mesmo assim, eu costumava ler alguns artigos com opiniões divergentes às minhas sobre os filmes e, certamente, eu conseguia entender a pessoa do outro lado. O mundo é feito de pessoas diferentes com opiniões diferentes e essa é a beleza da convivência humana. O único problema foi o aumento de críticas infundadas e até mesmo xingamentos aos atores e às atrizes (aproveito a deixa para que leiam o artigo sobre a Kelly Marie Tran, aqui), aos diretores dos filmes, à Kathleen Kennedy e até mesmo aos próprios fãs. Foi nesse momento que me afastei de Star Wars, porque achei que o problema era a saga.
Compreendo muito bem que Star Wars se tornou uma das galinhas dos ovos de ouro da Disney. Isso é inegável. Porém, não significa que os filmes e as histórias sejam criadas por pessoas que nunca sequer gostaram da saga antes. Inclusive, se este é o problema, por que não relembramos Harrison Ford ou até mesmo Alec Guinness?
De todo modo, nós continuamos com o mesmo encantamento e frio na barriga todas as vezes em que o letreiro Lucasfilm se ilumina na tela porque, no final, todos amamos Star Wars. Esse sentimento não é algo mensurado pela quantidade de curiosidades que se sabe, ou pelos filmes que se assistiu na estreia nos cinemas, ou até mesmo pelos itens colecionáveis que se tem. Star Wars sempre mostrou o poder da união e da discussão saudável de ideias.
Espero que continue desta forma para o bem dos futuros fãs que surgirão com estes novos filmes – e também para os fãs que já existem. Voltarei, sim, a escrever sobre Star Wars, porque a solução não é matar o que não gostamos, mas sim salvar o que amamos.