Lost Stars (Estrelas Perdidas, na versão da editora Companhia das Letras, em seu selo Seguinte) é um livro para apresentar a saga a novos fãs. Segue uma dupla de amigos do planeta Jelucan, o filho de aristocratas Thane Kyrrel e a filha de comunidade rural Ciena Ree, que após um encontro com Tarkin, decidem entrar para o Império. Siga conosco nesse conto que mostra a Trilogia Clássica através do olhos de pessoas comuns e ainda descobrir como foi a batalha de Jakku, planeta de O Despertar da Força.
Este review possui alguns spoilers, mas não vai estragar o final!
Opinião do M’Y: Lost Stars é o primeiro livro de Star Wars cujo marketing é feito como uma young adult novel, ou seja, uma novela para jovens adultos. Isso significa que o tamanho do livro é o mesmo dos livros em que o marketing é feito como adult novel, mas com um nível de escrita um pouco mais simples – sem atingir o nível das young reader novels, livros feitos para crianças.
Como tal, somos apresentados a Thane Kyrrel e Ciena Ree, que embora moradores do planeta Jelucan, são de duas ondas de colonizadores diferentes, que não se conversam – o que implica que suas famílias não aceitam a amizade das crianças (Romeu e Julieta mandam abraço). Os dois se conhecem ainda crianças, 8 anos após ROTS, quando Thane salva Ciena de apanhar de um grupo de garotos enquanto todos tentavam ver algumas naves imperiais no dia em que Jelucan foi (pacificamente) anexado ao Império. Wilhuff Tarkin vê a cena e conversa com as duas crianças, que ficam ainda mais impressionadas. Decidem então entrar para a academia imperial.
O livro segue os dois amigos que por 5 anos aprendem a ver juntos em uma das naves da família de Kyrrel – a família Ree é muito pobre e não possui grandes coisas. Assim, os dois crescem juntos mesmo contra a vontade dos Kyrrel, que são violentos com Thane e acreditam que Ciena quer apenas estar perto da riqueza, e contra a vontade dos Ree, que pensam que Thane quer apenas se aproveitar da capacidade mental de Ciena.
Aos 13 anos, ambos entram no “Ensino Médio Imperial” e ao fim acabaram sendo escolhidos para a academia de Coruscant, a mais concorrida da galáxia. É lá que um abismo começa a aparecer entre os dois amigos, onde no final do primeiro ano os instrutores armam uma situação para separar os dois, acusando Ciena de sabotar um projeto de Thane – o que no fim dá certo, pois Ciena, criada com um senso de honra muito forte, é incapaz de acreditar que um soldado imperial fosse falsificar dados para incrimina-la enquanto Thane acredita que esses sejam os métodos imperiais para que os cadetes esqueçam a lealdade com seu mundo e seus amigos para focar apenas no Império.
Quando os dois se formam, anos depois, já são quase que completos desconhecidos, apesar de começarem a perceber que se amam como mais do que amigos. Ciena é indicada para o Star Destroyer Devastator, que é justamente o que captura a Tantive IV em ANH, enquanto Thane é indicado como piloto de TIE Fighter para uma estação espacial secreta – que eu e você sabemos qual é.
Aí o livro passa a mostrar os fatos da Trilogia Clássica pelos olhos dos dois. Ou Ciena ou Thane sempre estiveram presentes nos grandes acontecimentos, quando não os dois. A destruição de Alderaan, a destruição da Estrela da Morte, a batalha de Hoth, a perseguição à Falcon no cinturão de asteróides e a batalha de Endor. O leitor passar por tudo isso de novo, através de novos olhos, e entendendo o que os soldados comuns de ambos os lados pensam – sim, um deles passa para a Rebelião. Isto é grande parte do livro, uns bons dois terços.
O final é, talvez, o que mais interessa aos fãs que esperam por The Force Awakens. Pois é isso que você vai ver:
Conclusão do M’Y: O livro é, de fato, mais simples do que quem está acostumado com o universo expandido (Legends ou canônico) está acostumado. Isso pode ser benéfico ou maléfico, dependendo do seu ponto de vista e das suas expectativas. Os dois terços do livro que recontam a trilogia clássica foram, para mim, os menos interessantes. Aqui você, obviamente, já sabe tudo o que vai acontecer na história maior, mas a autora é boa o suficiente para manter a sua atenção focando nos personagens do livro. Há todo o romance entre os dois principais, que te dá uma sensação de novela da Globo – mas eu, aos 28, já não sou mais o público alvo deste livro. Amigos mais novos acharam o mais divertido do novo cânone, mesmo comparando com Aftermath, o grande lançamento para adultos desta jornada para TFA.
De todo modo, este é, provavelmente, o material mais indicado para aqueles que não conhecem o UE entrarem agora e ainda ficarem com um gostinho de quero mais para O Despertar da Força. E ainda é uma história de amor melhor que Crepúsculo. Só uma dica: não espere Han, Leia e Luke aqui (nem Rey, Finn, Poe ou Kylo).
Nota do M’Y: 8.0 (0 a 10)