RPG de Star Wars Permite Viver a Galáxia Muito, Muito Distante


E aí, caro leitor, você se interessa por RPG?

Nos tempos atuais, em que tanto se fala de RPG, saiba que essa paixão não é exclusiva da nossa galáxia. Ela também está presente nas galáxias distantes! Você sabia que pode se aventurar em uma galáxia muito, muito distante, jogando RPG de mesa?

Seja você um contrabandista na Orla Exterior, um Jedi em treinamento durante a Velha República, ou um cidadão comum lutando pela Aliança Rebelde, o RPG de Star Wars oferece a chance de criar sua própria lenda. Hoje, vamos mergulhar na história desse universo nos tabuleiros e, de quebra, conhecer as experiências de dois mestres apaixonados: João Marcos e Rick.


Uma História de Três Eras: As Edições do RPG de Star Wars

O RPG de Star Wars é tão vasto quanto a própria galáxia. Desde o seu primeiro lançamento, ele passou por três grandes fases, cada uma com uma editora e um sistema de regras que moldaram a forma como os fãs vivem suas aventuras.

Editora Período Sistema de Regras Foco Principal
West End Games (WEG) 1987–1999 d6 System Narrativa e Simplicidade (O “jeito cinema” de jogar)
Wizards of the Coast (WotC) 2000–2010 d20 System / Saga Edition Combate Tático e Classes (O “jeito D&D” de jogar)
Fantasy Flight Games (FFG) / Edge Studio 2012–Presente Narrative Dice System  Narrativa Aprofundada e Consequências (O “jeito moderno” de jogar)

 

A Lenda Começa: West End Games (Sistema d6)

Lançado em 1987, o sistema da West End Games (WEG) é um clássico. Ele usa apenas dados de seis lados (d6) e é famoso por sua simplicidade e foco narrativo. Muitos fãs o consideram o sistema que melhor captura a sensação cinematográfica de Star Wars. Em vez de classes rígidas, os jogadores escolhem personagens como Canalha, Soldado ou Sensitivo à Força para iniciar suas jornadas. Ao mesmo tempo, muitos jogadores não gostam dessa simplicidade, principalmente quando o assunto é montar a ficha do personagem.

A Influência da Força: Wizards of the Coast (Sistema d20)

A Wizards of the Coast (WotC) assumiu a licença em 2000 e adaptou o famoso sistema d20 (o mesmo de Dungeons & Dragons). Essa edição é mais tática e focada em combate, utilizando o dado de vinte lados (d20). Em 2007, a Saga Edition revisou as regras, tornando-se a versão mais popular da WotC, com personagens criados a partir de Classes como Jedi, Soldado e Nobre.

A Nova Ordem: Fantasy Flight Games / Edge Studio (Narrative Dice)

O sistema mais recente, lançado pela Fantasy Flight Games (FFG) em 2012 (e agora publicado pela Edge Studio), é o mais inovador. Ele usa dados personalizados com símbolos que não indicam apenas Sucesso ou Falha, mas também Vantagens ou Ameaças narrativas.

O grande diferencial é que ele é dividido em três linhas de jogo, todas compatíveis, mas com focos temáticos diferentes:

Edge of the Empire (Margem do Império): Focado em contrabandistas e marginais, com o tema central da Obrigação.

Age of Rebellion (Era da Rebelião): Focado em soldados e espiões da Aliança Rebelde, com o tema central do Dever.

Force and Destiny (Força e Destino): Focado em personagens sensíveis à Força, com o tema central da Moralidade.

A experiência de quem vive a galáxia na mesa

Para entender como é levar a Força para a mesa, conversamos com dois mestres que tiveram experiências diferentes, mas igualmente apaixonantes, com o RPG de Star Wars.

João Marcos Medina: O Treinador de Futebol e Mestre de RPG

João Marcos


João Marcos Medina é um nerd/geek que vive entre dois mundos: o futebol profissional e o universo nerd. Ele joga RPG desde os anos 2000 e, como muitos, começou com
3D&T e a Dragão Brasil. Mas foi a paixão por Star Wars que o levou a criar algo único.

“Eu amo Star Wars. Como um nerd anos 90/00 eu fui presenteado com a trilogia prequel e a maravilhosa história de Anakin Skywalker. Foi fascinante.”

Inspirado pelo jogo Star Wars: Knights of the Old Republic, João teve uma grande ideia: adaptar seu próprio sistema de RPG (que já era uma mistura de 3D&T e GURPS) para narrar histórias na Velha República.

O sistema adaptado por João tinha uma premissa clara em não ter classes. Ele queria que os personagens fossem únicos e cheios de camadas, como nos filmes.

“Os personagens de Star Wars são únicos e muitas camadas. Então você possuiria habilidades, poderes e traços do personagem da maneira que quisesse. Sem classes com coisas ‘pré-definidas’, apenas a criatividade.”

A regra de ouro na mesa de João? Se a resposta para a pergunta “Isso vai ser maneiro?” for sim, então vira regra! Essa filosofia fez o sistema trabalhar para o jogo, e não o contrário, tornando tudo “muito fluido, vivo e intuitivo.” João mestrou uma campanha de dois anos, dividida em 7 episódios, que permitiu a ele e seus amigos vivenciarem eventos históricos sob novas perspectivas.

“Sem sombra de dúvidas é a sensação de estar lá. Já pensou no que você faria sendo um Jedi jovem em meio à Ordem 66 tentando sobreviver?  Nós fizemos tudo isso.”

 

Rick: O Pai, Motoqueiro e Mestre da Orla Exterior

Rick


Rick se define como “filho, nerd, amigo, pai e motoqueiro” e é fã de
Star Wars a ponto de ter um filho chamado Luke. Sua relação com a saga começou na infância, com Uma Nova Esperança na TV aberta, e nunca mais parou.
“Aquilo encheu meu coração de heroísmo e minha mente de imaginação.”

Embora nunca tenha jogado Star Wars como player, Rick mestrou uma campanha curta usando o sistema Star Wars: Fronteiras do Império (a linha Edge of the Empire da FFG). Para Rick, o grande destaque do sistema FFG/Edge Studio é a ambientação impecável.
“O livro é um tesouro pra quem ama Star Wars: raças e espécies bem detalhadas, naves e combate espacial, profissões e conceitos narrativos autênticos, tons morais, conflitos e estilo cinematográfico. Eles colocaram literalmente tudo no papel, com muito carinho e fidelidade ao universo.”

Ele conduziu uma campanha na Orla Exterior, explorando as fronteiras, contrabandos e tensões galácticas.
Apesar de amar a ambientação, Rick aponta um ponto de atenção no sistema FFG: os dados especiais.
“O sistema de dados especiais é onde tudo meio que tropeça. Ele não é intuitivo, pode ser excludente e, honestamente, lembra aquele meme: ‘Não é ruim… mas também não tá bom.’ (rss) Se a mecânica fosse mais acessível, o jogo brilharia muito mais.”

A Força que Move a Galáxia e a Mesa

Começo da mesa do João em 2015

As experiências de João e Rick, embora diferentes, convergem em um ponto: a imersão e a possibilidade de viver algo maior. João criou seu próprio sistema para garantir a liberdade criativa, enquanto Rick se encantou com a fidelidade da ambientação do sistema oficial.

O universo de Star Wars é maravilhoso. Desfrutem, criem, mudem, moldem neste universo tão complexo e vivo. A todos que embarcam ou ainda vão embarcar no RPG de Star Wars, Rick deixa uma reflexão:
“A galáxia é enorme, cheia de caminhos, e cada um deles é uma chance de contar uma história que só você pode viver. […] O que importa é deixar a imaginação guiar, permitir-se sentir a aventura e entender que, nesse universo, a jornada é tão importante quanto o destino. Se a oportunidade surgir, jogue. Se não surgir, crie você mesmo. Porque a força que move essa galáxia também está na gente. Que a Força esteja com você sempre!”
 
Dedicatória de João Marcos Medina: Um abraço ao meu antigo grupo: Thiago, Black, Pedro, Gaúcho, André, Chris, Luquinhas, Jonatas e todos que participaram dessas histórias.

Rick atualmente mestra uma campanha de Mundo das Trevas 5ª edição e joga D&D presencialmente. João Marcos está louco para voltar para o Rio e retornar às mesas de RPG.

Aqui desejamos boas partidas aos mestres e a você, querido leitor.

 

Deixe um comentário

Seu e-mail não será publicado.