Atualmente, é normal para os fãs de Star Wars celebrarem novas animações dentro do universo. Entretanto, essas narrativas ganharam forma graças a antologica The Clone Wars (2008), que uniu a tecnologia 3D ao apanhado de histórias que extendem as guerras clonicas. Sem essa série, possivelmente as animações não tomariam um formato tão sério e maduro de expandir o universo de Star Wars, mas como todo precursor não existe sem uma inspiração, The Clone Wars não existiria sem Star Wars: Clone Wars (2003).
Apesar dos títulos parecidos, as duas séries tem propostas muito diferentes. Enquanto o formato 3D veio com a intenção de, realmente, expandir a história dos protagonistas das prequels, o formato 2D veio com uma ideia mais focada na venda de brinquedos, popularização da saga e, claro, criar terreno para o último filme da franquia até então: A Vingança dos Sith.
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A criação rápida de um dos melhores produtos da franquia
Como dito anteriormente, Star Wars: Clone Wars nasceu sob uma demanda de mercado muito especifica e… imediata, se assim podemos dizer. Basicamente, com a finalização de O Ataque dos Clones, a Hasbro pediu a Lucasfilm que fizessem uma série animada para poder divulgar o próximo filme e vender action figure. Foi então que a Cartoon Network sugeriu o nome de ninguém menos que Genndy Tartakovsky, um animador muito conhecido por trabalhos como Samurai Jack, O Laboratório de Dexter e até a recente franquia Hotel Transilvania.
O imediatismo da demanda foi porque Tartakovsky teve pouquissimo tempo para desenvolver um storyboard e, ainda por cima, George Lucas deu poucos direcionamentos para ele. O principal era que a série não revelasse muito do enredo para não afetar o último filme. Foi então que Tartakovsky deixou sua marca em Star Wars ao montar uma série focada em aventuras esporádicas durante as Guerras Clonicas, mostrando estratégia em batalha, lutas de sabre entre Jedi, Sith e droides. A primeira e a segunda temporada contém episódios de 3 a 4 minutos, onde atualmente é distribuido como Volume 1. Já a terceira temporada contém episódios de 12 minutos, conhecido como Volume 2. O trabalho de Genndy Tartakovsky foi muito bem reconhecido, rendendo dois Emmys para a série e se tornando uma obra aclamada em público e crítica.
A boa notícia é que esse Clone Wars é conectado com o terceiro filme da trilogia, mostrando o plano de sequestro do chanceler e a participação dos Jedi envolvidos. A má notícia é que Star Wars: Clone Wars é uma série LEGENDS; ela foi descanonizada com a compra da Lucasfilm, mas isso não diminui a beleza de seus episódios. É aqui que somos introduzidos ao General Grievous, Assajj Ventress, Barriss Offee e sua mestra, Luminara Unduli, bem como também temos eximias batalhas de personagens com menos tempo de tela como Mace Windu e o Yoda.
O estilo de animação 2D pode ser uma questão de gosto pessoal, mas não é uma série datada, ainda mais considerando os episódios serem curtos e focarem em aventuras psicodélicas que atiçam a atenção. Outro fator importante é a trilha sonora que usa o som ambiente ao seu favor. Em vários episódios, é possível ouvir somente sons alternativos, nada de música. E também, é em Star Wars: Clone Wars que temos batalhas viscerais com Assajj Ventress e General Grievous, momentos icônicos como o Anakin demonstrando ser o melhor piloto de sua época e sua batalha contra Ventress em Yavin 4, usando elementos do universo expandido, um foreshadowing do futuro do Anakin demonstrado de uma maneira muito criativa, o ritual de passagem dele de padawan para caveleiro Jedi… Enfim, muitas aventuras que valem a pena serem assistidas!
Bônus: No mesmo episódio em que Grievous é introduzido, aparece um padawan chamado Shaa’gi baseado no Salsicha do Scooby Doo (que em inglês é Shaggy Rogers).