Está é a segunda parte de uma trilogia de artigos sobre Anakin Skywalker. Confira a primeira aqui.
O apego é proibido. A posse é proibida. Mas compaixão, a qual eu definiria como amor incondicional, é essencial na vida de um Jedi. Então eu diria que somos encorajados a amar.
É aqui que Anakin Skywalker com 19 anos, cuja caracterização é frequentemente criticada em Ataque dos Clones por ser muito “imatura” e “chorona“, aponta com precisão as falhas inerentes do Código Jedi.
Os Jedi que fazem parte da Ordem desde muito pequenos nunca questionam o Código. Eles falham em perceber a contradição. Yoda mesmo supervisiona o treinamento dos jovens Jedi, garantindo que qualquer resquicio de apego ou posse seja esquecida.
Nos últimos quatorze anos (dez de Jedicenter), eu ouvi um criticismo ininterrupto na decisão de George Lucas de tornar Anakin um adolescente volátil e emocional. “Esse não é Darth Vader!“. Bem, ele ainda não é Darth Vader. “Isso aruina o personagem.” Infelizmente muitos pensam assim. O Anakin mostrado em Ataque dos Clones (atuações à parte) é um personagem complexo, emocional, falho e extremamente talentoso. Isso estabelece um bom paralelo com Luke, também com 19 anos em Uma Nova Esperança que é emocional, e sinceramente, chorão (“Mas eu ia pra Estação Tosche pegar os conversores de potência!“)
E por que Lucas o mostrou assim? Para continuar com seu tema sobre os apegos e seu efeito constante nele. Anakin representa uma grande quantidade de estresse e preocupação para aqueles cuidando dele e guiando-o. Por que? Porque ele não é uma tela em branco. Ele não é um clone programado ou um Jedi que sofreu o que podemos categorizar como uma lavagem cerebral (dói né, mas é verdade). Ele é um jovem instavel que sente falta da mãe. Me falaram que Anakin deveria ser mostrado como um Jedi calmo, de cabeça fria. Sem mudanças de temperamento, sem reclamar para Padmé sobre Obi-Wan, sem sentir falta da mãe.
Essa veio como uma surpresa. Pensar assim é não compreender a história de Darth Vader. Há uma razão para que Darth Vader seja uma garrafa fervendo de raiva constante. Há uma razão para que Palpatine faça o que fez. Uma razão para Padmé seja como ela é. Ou Jar-Jar! Ninguém nasce pronto. Não dá para compreender totalmente o auge de seu personagem em O Império Contra Ataca sem sua jornada anterior. Especialmente em Ataque dos Clones.
E como o Jedi lida com esse rapaz? Considere o diálogo a seguir:
Obi-Wan: Você parece cansado.
Anakin: Não consigo mais dormir direito.
Obi-Wan: Por causa de sua mãe?
Anakin: Não sei porque ainda sonho com ela.
Obi-Wan: Os sonhos passam com o tempo.
Anakin: Eu preferia sonhar com a Padmé. Ficar perto dela de novo é intoxicante.
Obi-Wan: Cuidado com seus sentimentos eles traem você. Você fez um compromisso com a Ordem Jedi. Um compromisso que não é fácil de ser quebrado.
Obi-Wan e os outros Jedi simplesmente não sabem lidar com ele. “Tente mudar de assunto. Vá ignorando. Lembre-o de seu compromisso.” Parece que são pensamentos que percorrem a mente de Obi-Wan quando Anakin tem problemas. Eles esperam que esta “fase” vai passar. Assim simplesmente, Anakin vai se transformar no modelo preciso de Jedi que eles querem.
Não aconteceu assim. Aconselhado melhor ele poderia chegar a tempo de salvar a mãe. Como veremos depois, esta não é única vez que os Jedi ignoram os sonhos de Anakin.
Confira a Parte 3 do artigo aqui.
3 comentários
Somente teremos uma transição decente de Anakin para Vader com um filme que retrate seus caminhos no lado negro entre os filmes III e IV.
Uma referencia , que poderia ter ajudado Anakin nessa fase da vida , seria Qui -Gonn .
Obi -Wan por ser o típico mestre repressor e muito critico , não era um Amigo , uma figuras para que Anakin pudesse desabafar e conversar . E esse foi o erro de Kenobi ! Sendo assim , essa figura do mentor Amigo surgiu na vida de Anakin , através de um certo Chanceler…
Curti essa imagem do Anakin trocando ideia com Jesus.